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Estação ecológica Teresa Urban tem area de mata de araucárias e animais, como o bugio | Prefeitura de Curitiba/Divulgação
Estação ecológica Teresa Urban tem area de mata de araucárias e animais, como o bugio| Foto: Prefeitura de Curitiba/Divulgação

Uma área de rara beleza cênica e que também conserva um importante conjunto de espécies ameaçadas de extinção foi descoberta recentemente em Curitiba e, a partir desta terça-feira (27), passa a ser oficialmente preservada. Esta é a data de criação da Estação Ecológica Campos Naturais de Curitiba Teresa Urban, uma das principais ambientalistas e jornalistas do Paraná, falecida em 2013.

Segundo Maurício Savi, da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, a área foi descoberta em 2015, durante um levantamento para identificar áreas preservadas. As imagens de satélite apontavam a suspeita de um grande desmatamento nas proximidades do Zoológico de Curitiba, na Vila Pantanal. Ao chegar para a fiscalização, os técnicos encontraram um campo natural – a formação de flora mais ameaçada do Brasil. “Ficamos extasiados. Precisamos que outros especialistas confirmassem para que a gente acreditasse no que os nossos olhos viam”, conta Savi. Integrantes do Museu Botânico certificaram a suspeita inicial: tratava-se de um campo natural, o último em bom estado de conservação em Curitiba, com mais de 190 espécies indicadoras. São flores, gramíneas e arbustos baixos, alguns que não eram mais achados em Curitiba há mais de 50 anos.

Fotos áreas comprovaram que a área estava praticamente igual a como era 1948. Além disso, estudos de solo também confirmaram que se tratava de um campo natural. Savi ainda destaca que uma outra condição torna única a área, do tamanho de 28 campos de futebol. No mesmo espaço há outros três tipos de formação vegetal: a floresta ombrofila mista montana, conhecida também como Floresta de Araucária de Altitude, a aluvial (que margeia rios, no caso o Iguaçu), e campos úmidos, também chamados de várzeas. “Provavelmente não há outro espaço em Curitiba que reúna tanta diversidade”, comenta.

Aproximadamente 95% da área é pública e, para garantir a preservação, a decisão da prefeitura foi criar a estação ecológica – que até pode ser usada para lazer, como um parque, caso receba infraestrutura no futuro, mas que tem a função primordial de conservação da natureza. Os técnicos também convenceram os proprietários de terrenos no entorno a criarem seis Reservas Particulares de Proteção Natural Municipais (RPPNMs), formando um mosaico de conservação.

“Não dá para mensurar a importância de descobrir uma área dessa, em ambiente urbano, em pleno 2016”, ressalta Savi. Os técnicos encontraram ainda uma família de bugios (espécie de macacos), com seis indivíduos, sendo dois filhotes. Curitiba já tem uma outra área com esse tipo de primata, o Refúgio do Bugio, criado em 2015, na região do bairro Rio Bonito do Iguaçu.

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