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Pornografia

Paraná investiga mais 108 casos de fotos de jovens nuas vazadas na internet

No Paraná, o Nuciber investiga 108 outros casos de imagens de jovens nuas que foram vazadas a partir de redes sociais ou de aplicativos , como o WhatsApp. Segundo a ONG SaferNet Brasil, os casos de "sexting" (pessoas que tiveram fotos sensuais divulgadas na internet) dobrou em menos de um ano. Para a psicóloga da ONG, Juliana Cunha, a prevenção passa pelo diálogo dos pais com os filhos. É preciso alertar os adolescentes de que ao enviar uma foto a outra pessoa, elas perdem o controle sobre a imagem. "Muitas vezes, as fotos foram feitas pela adolescente em um contexto de curiosidade e diversão com amigas, mas é preciso deixar claro que esses materiais podem acabar na internet e em páginas pornográficas." Levantamento da SaferNet revela que 74% dos pais reconhecem que deveriam fazer mais em relação ao uso da internet pelos filhos e 20% têm dúvidas de como controlar o conteúdo acessado. Metade não verifica as atividades on-line dos filhos.

Mais de cem fotos de adolescentes curitibanas nuas, seminuas ou em poses sensuais foram divulgadas nas últimas semanas por meio de um perfil criado no Twitter – o @peladinhas_cwb. A página também compartilhou as imagens em um grupo fechado de mesmo nome no Facebook. Ontem, o Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber), da Polícia Civil, ouviu sete garotas que tiveram imagens vazadas pelas mídias sociais. A polícia tenta rastrear o responsável pelas contas e quem enviou fotos.

Até a semana passada, as fotos das adolescentes eram divulgadas no Twitter. Após os vazamentos terem sido denunciados, o perfil chegou a sair do ar, mas voltou à ativa. O dono da conta pede que os seguidores enviem imagens das jovens por DM – mensagens diretas, ocultas aos outros usuários – e as compartilha em um grupo no Facebook.

Em geral, as fotos foram feitas pelas próprias adolescentes, a pedido de amigos ou namorados. Algumas das imagens mostram meninas vestindo uniformes escolares. O próprio administrador do perfil pede imagens de estudantes de colégios da capital. "Quem tiver mais fotos das meninas do Sesi, Dom Bosco, Pedro Macedo, Bagozzi, Bom Jesus e etc... podem mandar por DM!", diz uma postagem da última sexta-feira.

"As fotos foram produzidas deliberadamente pelas adolescentes e enviadas por elas. Uma das jovens ouvidas disse que fez a imagem a pedido do namoradinho", disse o delegado do Nuciber, Demétrius Gonzaga.

Dos sete inquéritos instaurados relacionados ao @peladinhas_cwb, três dizem respeito a pedofilia (por causa do vazamento de imagens de adolescentes nuas) e quatro configuram difamação – as jovens aparecem em roupas íntimas. O delegado informou que a polícia está rastreando as contas. Já há suspeitos e várias denúncias anônimas, que estão sendo apuradas. "A dificuldade é que eles vão removendo os endereços e ressurgindo a partir de outros", contou o delegado.

Pelo artigo 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente, a pena para quem produz, divulga ou mantém imagens pornográficas envolvendo menores de idade é de 3 a 6 anos de reclusão. Não apenas quem mantém as páginas, mas também quem repassou fotos pode ser enquadrado no crime.

Por meio de nota, o Face­­book informou que conteúdos de nudez são proibidos e que encoraja os usuários a denunciarem páginas e grupos fechados que não se adaptam à política de uso da plataforma. As denúncias são analisadas por uma equipe multidisciplinar, que atua 24 horas por dia.

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