Mobilização
Comunidade escolar age enquanto ajuda não vem
Atualmente, o Colégio Estadual Ambrósio Bini funciona em uma estrutura de madeira construída em um espaço emprestado por outra escola. Em janeiro deste ano, pais, professores e alunos se uniram para construir uma nova sala dos professores, depois que a primeira deu lugar a uma sala de aula. "Juntamos recursos com rifas e doações e a reforma foi feita pela comunidade mesmo", conta Lindomar de Oliveira, professor de Língua Portuguesa.
Outro professor que ajudou na reforma é Anderson Luiz Ferreira da Silva, professor há 18 anos e ex-aluno do colégio. Ele já publicou no YouTube vários vídeos a respeito das condições precárias do Ambrósio Bini e outro mostrando os passos da construção da nova sala. "Era uma escola cheia de vida, um ícone para a cidade. Olhar para ela abandonada dá vontade de chorar. Gostaria que a reforma fosse rápida, pois aqui cabem mais alunos e as salas são mais espaçosas", conta.
Vizinha do prédio que deve ser reformado, a comerciante e professora aposentada de História e Geografia Noeli Busato Bini se lembra do início da mobilização pela interdição do colégio, reforçada pelos pais que se preocupavam com a segurança das crianças. "Dá uma dor no coração ver o abandono de um colégio como esse", diz.
Depois de 11 anos interditado por problemas estruturais, o prédio do Colégio Estadual Ambrósio Bini, em Almirante Tamandaré, será reformado e deve voltar a funcionar em 2014. Com previsão de investimento de cerca de R$ 2,1 milhões, o processo foi encaminhado na última semana à Comissão de Licitação de Obras da Secretaria de Estado da Educação (Seed). Em dois meses deve ser divulgado o edital para a concorrência pública.
Se a reforma do prédio interditado for finalizada neste ano, como planeja a Seed, no próximo ano letivo os estudantes serão transferidos para uma sede que nunca viram funcionando e que hoje está tomada por sinais de abandono. Não há portões e, depois que o prédio passou a ser depredado, em 2008, não há nada além das paredes e escadas.
Até mesmo o teto foi parcialmente destruído. As rachaduras, principal sinal de que a interdição seria necessária, continuam lá e aumentaram com os anos, assim como o afundamento do piso de algumas salas.
Apesar das más condições, depois de estudos do solo, o local foi considerado seguro para a reocupação, segundo o superintendente de Desenvolvimento Educacional (Sude) do Paraná, Jaime Sunyé Neto. Em 2002, a preocupação era com o risco de maiores afundamentos de terra ocasionados pelo aquífero Karst, que é uma fonte de abastecimento de água e ocupa parte da área do município.
"Houve estudos anteriores, mas, por alguma razão, eles não foram levados adiante. Agora retomamos e descobrimos que é possível recuperar a escola, fazendo um reforço da fundação, que implica em mergulhar estacas a mais de 17 metros, onde há rocha", diz.
Desde que o colégio foi fechado, em 2002, os 2 mil alunos do ensino fundamental e médio foram reduzidos a 700 e os que sobraram têm enfrentado a falta de estrutura adequada para os estudos. As salas de aula já foram improvisadas em um barracão e em um salão de igreja e os estudantes estão até hoje em estruturas provisórias, sem quadra de esportes, biblioteca, refeitório e laboratório de informática.
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