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As Defensorias Públicas da União e do Estado do Rio vão denunciar ao Ministério Público Federal e à Corregedoria da Polícia Militar o suposto abuso de autoridade policial cometido durante a reintegração de posse da aldeia Maracanã. A ação ocorreu na manhã desta sexta-feira (22), ao lado do estádio do Maracanã, no Rio.

De acordo com os defensores, a Polícia Militar do Rio invadiu o local antes do prazo indicado pelos índios. "Eles [índios] haviam pedido mais dez minutos, mas a polícia invadiu de forma precipitada, desastrosa, amadora, que causou um alerta geral", disse o defensor público federal Daniel Macedo.

Os defensores vão requerer imagens de veículos de comunicação (jornais, TVs e portais de notícias) na tentativa de identificar quem deu o comando de invasão do local. O Ministério Público Federal informou em nota que a PM agiu com "evidente força desproporcional".

De acordo com o defensor público estadual Henrique Guelber, o comando da PM se prontificou a apurar os supostos abusos. "A polícia alegou incêndio e obstrução de via para agir com truculência, mas isso não aconteceu. A saída estava tranquila, organizada, mas houve precipitação da polícia", disse.

Macedo afirmou que as defensorias estavam no local para garantir que a decisão da Justiça Federal fosse cumprida com tranquilidade, o que, segundo ele, não ocorreu. "Entraram com truculência. Estávamos lá para garantir tranquilidade, mas acabamos atingidos por gás de pimenta", disse.

O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), disse que a versão dada pela PM para entrar na aldeia não aconteceu. "Foi uma ação desastrosa, irresponsável e despreparada. Vamos juntos oficiar cópias das imagens para identificar os responsáveis pelas ações", disse.

Confronto

Um grupo de cerca de 300 pessoas entrou em confronto com a polícia na tarde de hoje em frente à Assembleia Legislativa do Rio. Eles protestavam contra a retirada dos indígenas do antigo museu do Índio, na Tijuca (zona norte). Ao menos cinco pessoas foram detidas.

De acordo com relatos ouvidos pela reportagem, o grupo fechou por alguns minutos a avenida Primeiro de Março, por volta das 15h. Eles jogaram as grades de proteção de Alerj na pista e ocuparam a via. Houve confronto com policiais e reclamações por suposto abuso de uso da força.

"A repressão foi muito dura. A ação não foi de acordo com o número de pessoas que estão protestando", disse o professor universitário André Videira.

Um dos manifestantes foi arrastado pelo pescoço por toda extensão da praça 15. Segundo a polícia, ele danificou uma viatura e agrediu uma policial feminina.De acordo com relatos, um policial disparou uma arma de choque (conhecida como "taser") contra um dos manifestantes. As pessoas detidas foram levadas para a 5ª DP (Gomes Freire).

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