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Brasília - Uma Comissão Externa formada por seis deputados federais vai ajudar nas investigações sobre a atuação de grupos neonazistas no Brasil. A primeira ação será solicitar o apoio da Polícia Federal ao trabalho que já vem sendo desenvolvido pelas polícias civis do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Os parlamentares também vão encaminhar um requerimento de informações ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o julgamento de pedidos de extradição de nazistas.

"Nossa intenção é organizar o esforço do Estado brasileiro contra o avanço desses criminosos", explica o coordenador da comissão, Marcelo Itagiba (PMDB-RJ). A participação dos deputados foi motivada pelo duplo assassinato em Quatro Barras, em abril.

"Essa situação prova que, se esses grupos ainda não são tão organizados quanto se imagina, estão em vias de se organizar. E o melhor que podemos fazer é um combate prévio", afirma Itagiba.

De acordo com o regimento interno da Câmara, uma Comissão Externa é constituída para cumprir funções temporárias em ações externas. Além de colaborar com o trabalho policial e "nacionalizar" as investigações, o objetivo final do grupo é levantar subsídios para a sugestão de novas leis para coibir a formação dessas organizações.

A comissão, formada no mês passado, realizou apenas reuniões informais, mas ainda não apresentou um roteiro de trabalho. O primeiro encontro formal deve ser realizado hoje, quando será votado o requerimento sobre pedido de informações ao STF.

Judeu e delegado afastado da Polícia Federal, Itagiba reuniu na comissão dois colegas que fizeram carreira como delegados da Polícia Civil – João Campos (PSDB-GO) e Alexandre Silveira (PPS-MG) –, além do ex-promotor Carlos Sampaio (PSDB-SP). Os outros dois membros são os gaúchos Maria do Rosário (PT) e Pompeo de Mattos (PDT).

O Rio Grande do Sul é o estado com a maior proliferação de organizações neonazistas. Em maio, a Polícia Civil apreendeu material de propaganda nazista, armas e explosivos em cinco cidades gaúchas – Porto Alegre, Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Alvorada e Cachoeirinha.

O objetivo do grupo era atacar sinagogas com bombas. A investigação apontou ligações com neonazistas da Argentina, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. A maioria dos membros era de classe média, entre 16 e 30 anos.

"Isso é uma loucura de quem não tem mais o que fazer. São pessoas frustradas, incapazes de respeitar a diversidade que existe no mundo", reforça Itagiba. Segundo ele, a atuação dos neonazistas é terrorista. "Organizar atentados contra sinagogas é gravíssimo, algo que não podemos deixar passar", afirma.

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