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Mutirão em Foz do Iguaçu recolhe materiais que possam acumular água: objetivo agora é evitar a proliferação do mosquito | Marcos Labanca/Gazeta do Povo
Mutirão em Foz do Iguaçu recolhe materiais que possam acumular água: objetivo agora é evitar a proliferação do mosquito| Foto: Marcos Labanca/Gazeta do Povo

Governo apoia municípios com verba e material

O governo do estado destinou em 2013 R$ 30 milhões para as ações de vigilância em saúde, segundo Sezifredo Paz, responsável pelo setor. Desse total, R$ 4 milhões foram repassados entre fevereiro e março para municípios em situação de epidemia de dengue.

Outro repasse de R$ 30,5 milhões está previsto para 2014. O Estado também assegurou apoio técnico, capacitação e distribuição de mais de 200 nebulizadores costais (UBV). Há também estoques de pulverizadores e de fumacê disponíveis. Paz afirma que o Estado também monitora a estrutura que os municípios dispõem para combater a dengue, ou seja, número de agentes de saúde e pessoal treinado nos postos de saúde para receber casos suspeitos.

O secretário estadual de Saúde, Michele Caputo Neto, enviou uma carta de recomendação aos prefeitos para que intensifiquem o trabalho de prevenção nesse período, considerado crítico. O governo atuará junto ao Ministério Público para responsabilizar gestores que não cumprirem com suas atribuições referentes ao combate à dengue.

  • Agentes procuram focos do Aedes aegypti nos bairros de Foz

Às vésperas do verão, dez cidades paranaenses apresentam risco alto de proliferação do mosquito da dengue. Duas delas são turísticas: Foz do Iguaçu e Guaratuba. O alerta para evitar a doença – que já infectou 186 pessoas no estado entre agosto e 10 de dezembro deste ano, uma incidência 42% maior em relação ao mesmo período do ano passado – precisa ser reforçado a partir deste mês, quando começa o período mais propício para reprodução do mosquito transmissor, o Aedes aegypti.

De acordo com o último boletim de acompanhamento da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), neste ano 4.770 casos suspeitos foram notificados, dos quais 205 foram confirmados e 2.225 estão em investigação. Dos confirmados, 186 são autóctones, ou seja, adquiridos no próprio estado. No ano passado, na mesma semana epidemiológica, os casos autóctones chegaram a 131.

INFOGRÁFICO: Municípios paranaenses com alto risco

O superintendente de Vigi­lân­cia em Saúde da Sesa, Sezi­fredo Paz, diz que os municípios com maior risco estão sendo monitorados a partir da incidência e do índice de infestação predial. Quando o índice passa de 4% significa que o município está em risco de epidemia. Entre 1% e 3%, o risco é de alerta e abaixo de 1%, seguro. "O problema é que, dependendo das condições, a infestação pode ir aumentando", explica.

Apesar de o quadro atual da dengue no Paraná não ser de epidemia (incidência superior a 300 casos por 100 mil habitantes), o alerta é necessário porque já houve registros da doença em 43 dos 399 municípios do Paraná. Em outras oito cidades, os registros são de casos importados.

Entre os dez municípios com risco alto para a proliferação do Aedes, apenas quatro têm casos confirmados: Foz do Iguaçu (19 casos), Maringá (18), Paranavaí (6), Santa Helena (1) e São Miguel do Iguaçu (2). Outros 11 municípios apresentam médio risco de contágio.

Calor e chuva

O pesquisador do Labo­ra­tório de Climatologia da Uni­ver­sidade Federal do Para­ná (UFPR) José Aquino explica que os municípios avaliados apresentam temperaturas propícias para a reprodução do mosquito. "Para o mosquito, as temperaturas na faixa de 20 a 35 graus, aliadas a chuvas intermitentes, ou seja, dias com chuvas concentradas e dias sem chuvas, são considerados ambientes ótimos para a evolução e reprodução do mosquito", afirma.

Embora o monitoramento mostre um panorama presente, as epidemias ocorrem meses depois. "Um ambiente favorável à reprodução do mosquito agora vai gerar efeitos apenas após o mês de fevereiro", diz Aquino.

A situação da dengue já é preocupante em municípios pequenos do Oeste, Noroeste e Norte do estado. A cidade com a maior incidência da doença é Santo Antônio do Caiuá, no Noroeste. A taxa de incidência no Paraná é de 1,69 caso por 100 mil habitantes.

Prefeituras se mobilizam para evitar epidemia

Em Santo Antônio do Caiuá (Noroeste do estado), o município com a maior incidência de dengue no estado hoje (288,4 casos para cada 100 mil habitantes), o índice de infestação predial é de 4,9%. A cidade de 2,7 mil habitantes tem quatro agentes da dengue trabalhando e outros cinco agentes comunitários de saúde. Para combater a doença são feitas palestras, mutirões e disseminadas informações em uma rádio comunitária, explica o secretário municipal de Administração, Edilson Freitas.

Em Foz do Iguaçu, onde duas mortes foram registradas neste ano em decorrência da doença, a prefeitura decretou estado de atenção contra a dengue em março em razão do risco de epidemia. Em agosto foi constituído um comitê formado por todas as secretarias municipais. O índice de infestação predial é de 1,2%.

O trabalho na cidade de fronteira não para. Os esforços são feitos para evitar a reprodução do mosquito e prevenir que tanto a população local quanto os turistas contraiam a dengue. A cidade recebe cerca de 1,5 milhão de turistas ao ano. "Não tendo mosquito ou tendo em baixa quantidade, as pessoas podem ir e vir com segurança", afirma o coordenador do Centro de Controle de Zoonoses de Foz, André de Souza.

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