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A estiagem causada pela massa de ar seco que atinge 80% do país favorece a ocorrência de focos de incêndio. Os dez estados com a maior incidência de queimadas somavam 4.350 pontos de calor captados pelos satélites na tarde desta quarta-feira (15), o equivalente a 85% do total (5.110). De acordo com o monitoramento do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Tocantins, Mato Grosso e Pará são os mais atingidos, com mais de 700 focos cada um.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Tocantins tem registrado temperatura máxima em torno de 40ºC, associada a umidade relativa do ar oscilando entre 50% (em média) e 15% (no horário mais crítico, entre 14h e 16h). Apesar de registrar 779 focos de incêndio, o Corpo de Bombeiros considera que a única ocorrência grave em andamento atualmente é na Ilha do Bananal, que está em chamas desde julho.

Já na região Leste de Mato Grosso, havia 751 focos de incêndio na tarde desta quarta-feira (15). Alguns municípios não veem chuva há mais de três meses, a exemplo de Matupá (MT), São José do Rio Claro (MT), Canarana (MT), Nova Xavantina (MT) e Poxoréo (MT), que não registram precipitação desde 5 de junho, segundo informações do 9º Distrito de Meteorologia. Nesta terça-feira (14), choveu em Cáceres (MT) depois de 100 dias.

Até o fim desta semana, não há previsão de melhora na perspectiva de chuvas e umidade relativa do ar na Região Centro-Oeste e parte da Região Norte. Mas, segundo o meteorologista Manoel Rangel, do Inmet em Brasília, "pela primeira vez, os prognósticos começam a melhorar e apontar que na última semana do mês deve aumentar bastante a umidade do ar, criando condições para ocorrer as primeiras pancadas de chuva. Inicialmente, serão fracas, mas já começam a aliviar a seca e propiciam formação da chuva boa para a agricultura em outubro", explica.

Fogo

A Defesa Civil de Mato Grosso pede o apoio dos moradores para diminuir os focos de incêndio na região. O coordenador da gestão do fogo da Defesa Civil estadual major Márcio Paulo da Silva esclarece que 90% dos incêndios são intencionais e ocorrem entre julho e setembro, período proibitivo de queimadas. "A cultura do uso do fogo no nosso estado é muito arraigada, não só na população rural como na urbana também, que usa o fogo na limpeza dos quintais. Uma pessoa começa queimando o lixo dos fundos, mas logo se alastra para o terreno vizinho e causa um dano crescente", explica Silva.

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