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Cerca de 3 mil grevistas participaram ontem de uma passeata em Curitiba: sindicato rejeitou prazo pedido pela prefeitura | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Cerca de 3 mil grevistas participaram ontem de uma passeata em Curitiba: sindicato rejeitou prazo pedido pela prefeitura| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Outro lado

Protesto tem motivação política, diz prefeito

O prefeito Luciano Ducci classificou a greve de ontem como uma ação "claramente política". "O reajuste de 10% dado a todos os servidores é o maior na história da prefeitura desde o Plano Real. É o maior também comparado a maior parte dos estados do país e muito acima do piso nacional. Uma greve com um patamar de reajuste desse, deixando crianças fora de aula é, sem dúvida, por motivação política."

Ducci diz que a prefeitura reduziu em quase R$ 100 milhões os gastos em outras áreas para dar um aumento de 10% a todos os servidores municipais e garantir outras gratificações aos professores. "Os sindicatos têm de reconhecer que não há como atender a todos de forma infinita. Se pudéssemos pagaríamos mais, mas isso não é possível", afirmou.

Os professores chamaram de "ilusão" o Programa de Produ­ti­­vi­­dade e Qualidade, anunciado pe­­la prefeitura no início do ano com a promessa de pagar uma gra­­tificação de pelo menos R$ 275 mensais, com a qual os salários dos professores para 20 horas de trabalho chegariam a ser de, no mínimo, R$ 1.594,90. Diante da reclamação, Ducci ameaçou voltar atrás. "Se eles não querem a gratificação, não damos", desafiou.

Hoje, os professores prometem fazer uma nova passeata rumo à prefeitura com saída às 9 horas da Praça Santos Andrade. (DD)

A greve dos professores de escolas municipais de Curitiba entra hoje no segundo dia. Em assembleia na noite de ontem, os do­­centes votaram pela continuidade da paralisação por tempo indeterminado. O Sindicato dos Servidores do Magistério Mu­­nicipal de Curitiba (Sismmac) alega não ter recebido nenhuma proposta satisfatória da prefeitura na reunião realizada à tarde. Já o Sindicato dos Ser­vi­­dores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), que engrossou a greve ontem, decidiu voltar ao trabalho.

»FOTOS: Veja imagens do protesto dos professores municipais

"Eles apenas nos pediram que esperássemos até 21 de março para criar uma comissão de estudo, mas depois de várias semanas de discussão não temos outra saída além de pressionar com a greve", afirmou Gabriel Conte, um dos diretores do Sismmac.

Segundo a prefeitura, docentes de 77 das 181 escolas municipais de ensino fundamental (o equivalente a 42,5%) aderiram ao movimento. Nas instituições de educação infantil, apenas 34% participaram dos protestos. Já o Sismmac afirma que 70% das escolas tiveram as atividades pa­­ralisadas. Uma passeata reuniu cerca de 3 mil pessoas, segundo agentes da Secretaria Muni­cipal de Trânsito. Os manifestantes ca­­minharam da Praça Santos Andrade até a sede da prefeitura, no Centro Cívico.

Os professores exigem que o piso salarial de R$ 1.199,64 pago a docentes com curso superior em uma jornada de 20 horas seja aumentado para R$ 1.800. A prefeitura anunciou em 29 de fevereiro que vai aumentar esse valor para R$ 1.319,90 (reajuste de 10%), mas os docentes consideram o reajuste insuficiente.

A interpretação do Sismmac é a de que, se o piso nacional sugerido pelo Ministério da Educação (MEC) para um professor com ensino médio para uma jornada de 20 horas é de R$ 725,50 (metade dos R$ 1.451), um professor com curso superior deve receber no mínimo R$ 1.800 para a mesma carga horária de trabalho.

Sem aulas

No Centro de Educação Infantil Professor José Wanderly Dias, no Barreirinha, apenas os funcionários com função administrativa trabalharam ontem, assim como na Ayrton Senna da Silva, no Cajuru. Segundo funcionários das escolas, a orientação que estava sendo passada para os pais é a de observar o noticiário para saber quando as aulas voltam ao normal.

Mesmo em escolas que não tiveram todos os professores na greve, as aulas foram interrompidas e, por opção dos próprios pais, os alunos não ficaram no colégio. É o ca­­so da Escola Ritta Anna, no Cajuru.

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