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Contato com água contaminada pode propiciar o contágio de doenças como leptospirose, hepatite A e infecções intestinais | Moacyr Lopes Júnior/Folha Press
Contato com água contaminada pode propiciar o contágio de doenças como leptospirose, hepatite A e infecções intestinais| Foto: Moacyr Lopes Júnior/Folha Press

Limpeza e alimentação merecem atenção especial

O contato com a água suja e a lama durante a limpeza das casas e a ingestão de alimentos mal lavados, após o fim dos alagamentos, merecem atenção especial. É preciso permanecer em alerta para detectar os sintomas de contágio de doenças típicas das inundações, como a leptospirose, hepatite A e infecções intestinais.

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FLORIANÓPOLIS - O risco de doenças ocasionadas pelo contato com a lama e águas sujas que inundaram 80 cidades catarinenses começa a preocupar as autoridades. Agentes de saúde já alertam moradores para contaminação por leptospirose, transmitida pela urina de rato. Os esgotos transbordaram e toneladas de lixo estão espalhadas por toda a parte. Atingidos pela enxurrada, hospitais perderam estoque de medicamentos, assim como moradores que tiveram casas inundadas.

O governo federal prepara o envio de 34 tipos de medicamentos, além de lotes de vacina para atendimento emergencial a pacientes, principalmente soros contra tétano, picadas de cobra e escorpião. Centenas de caixas de vacina se perderam nos locais em que acabou a energia elétrica e a refrigeração foi suspensa.

A quantidade de sangue nos centros de coleta de Blumenau, um dos municípios mais castigados pelo temporal e deslizamento de terra, caiu à metade. Apenas 100 das 200 bolsas necessárias para manter o estoque regulador estão cheias.

"Entendemos a situação do município, mas temos apenas 100 bolsas de sangue no estoque", apelou ontem a assessora de um dos hospitais de Blumenau, Eliane Junkes. "Seriam necessárias 200 para atender as emergências hoje. Precisamos muito de voluntários para doar sangue."

Alguns doentes não conseguem chegar aos pronto-socorros e hospitais. No bairro do Progresso, em Blumenau, soldados do Exército começaram ontem a abrir acesso com tanques para levar medicamentos aos moradores ilhados há três dias, sem água, luz e telefone. Em Morro do Baú, em Ilhota, militares chegaram de helicóptero e foram recebidos por pessoas que balançavam um lençol branco com o seguinte apelo: "Criança doente".

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou ontem a liberação de R$ 100 milhões para o tratamento de doenças endêmicas provocadas pelas enchentes, além de 17 toneladas de medicamentos e a construção de um hospital de campanha para atender às vítimas da tragédia.

"Estamos trabalhando em parceria diretamente com os municípios", disse Temporão, que esteve ontem em Santa Catarina. Mais de 100 agentes do Ministério da Saúde foram acionados para ajudar no serviço de atendimento a pacientes em várias cidades.

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Ameaças à saúde

Veja as principais formas de contágio e as medidas adotadas:

Doenças

Leptospirose

O contágio ocorre pelo contato ou ingestão de água contaminada pela urina de rato, geralmente após a enchente. Na lama e nas poças d’água, há maior concentração de urina.

Hepatite A

A lavagem dos alimentos é fundamental para evitar o contágio, determinado pela ingestão de água e alimentos contaminados. Em caso de dúvida, especialistas recomendam que a água seja fervida.

Infecções intestinais

Podem ser causadas por águas sujas e contaminadas.

É a mais simples de se curar, porém, há necessidade de cuidados para evitar o desenvolvimento da doença.

Medidas

Orientação

Distribuição à população de textos sobre procedimentos seguros para a lavagem de alimentos e consumo de água.

Higiene

O governo catarinense comprou 200 mil frascos de água sanitária para lavar casas e espaços alagados.

Medicamentos

O Ministério da Saúde enviou 10 toneladas de remédios.

Auxílio

Compra de materiais de primeira necessidade que serão distribuídos entre os hospitais das cidades afetadas.

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