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Fachada da lanchonete Waldo X-Picanha Prime | Atila Alberti/Tribuna do Paraná
Fachada da lanchonete Waldo X-Picanha Prime| Foto: Atila Alberti/Tribuna do Paraná
  • Na operação de quarta-feira (24), foram presas quatro pessoas
  • Lanchonete faria entrega de drogas para clientes

O dono e o gerente da lanchonete Waldo X-Picanha Prime, na Alameda Cabral, foram presos durante uma operação da Polícia Civil contra o tráfico de drogas na noite desta quarta-feira (24), em Curitiba. A Justiça autorizou também a prisão de outras duas pessoas suspeitas de envolvimento no esquema, que já vinha sendo investigado há sete meses.

De acordo com a Polícia Civil, o dono do estabelecimento, Alexandro Cardoso, de 36 anos, comandava um sistema de entrega de cocaína em domicílio junto com os sanduíches, além de negociar a droga dentro da própria lanchonete. O esquema, que era comandado também pelo gerente do local, César Batista Kokurudza, 51 anos, servia apenas a clientes considerados "vips" (importantes). Os nomes dos envolvidos não foram citados antes pela Gazeta do Povo porque a polícia ainda não os havia confirmado.

Por causa da influência política e social do proprietário, a polícia informou que a investigação ocorreu sob um rigoroso sigilo durante todo o tempo, até que fosse possível comprovar à Justiça o envolvimento dos suspeitos. As prisões foram feitas por volta das 19 horas desta quarta.

O dono do Waldo X-Picanha Prime seria ainda proprietário da casa noturna Purple Hills, ao lado da sanduicheiria. No local também foram apontadas atividades relacionadas ao tráfico. Porém, o advogado que representa os donos da boate não confirma o fato. Segundo nota encaminhada pelo advogado Edgar Lenzi, a Purple Hills é apenas vizinha da lanchonete, e "nenhum dos administradores da casa "possuem qualquer envolvimento com as pessoas citadas na investigação".

Na segunda-feira, a polícia já havia prendido o dono de uma casa noturna no Batel, que foi mencionado como um dos principais traficantes de Curitiba. Contudo, a polícia afirmou que as investigações que mostraram a relação das duas casas noturnas com o consumo de drogas são independentes.

Esquema

O gerente da Waldo X-Picanha Prime já vinha sendo investigado pela Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) por ter gerenciado outro ponto de tráfico de entorpecentes na capital. Segundo o órgão, Kokurudza conduzia a venda de drogas no bar Opção, na Rua Saldanha Marinho, em esquema que foi desmantelado pela polícia em maio deste ano.

Na ocasião, dois funcionários do local e um fornecedor de entorpecentes foram presos. O bar foi fechado, mas Kokurudza saiu "ileso" porque havia vendido sua parte do estabelecimento duas semanas antes da operação policial.

De acordo com informações passadas pela Denarc, após deixar o bar Opção, Kokurudza mudou seu "negócio" para o Waldo X-Picanha, onde permaneceu até ser preso.

Além dele e de Alexandro Cardoso, a polícia deteve na noite desta quarta-feira Marcelo Lopes dos Santos, que também deixou o bar da Saldanha Marinho e estabeleceu um novo ponto de tráfico no bar Matozo, na Rua Fernando Moreira, no Centro. Com ele, foram encontrados um revólver, 100 gramas de cocaína, 12 munições, uma balança de precisão e R$ 15 mil em dinheiro proveniente do tráfico de drogas.

O quarto preso foi Paulo Renato Lucas, um dos distribuidores de drogas para a quadrilha. Na hora da prisão, ele portava 90 buchas de cocaína e uma pequena quantidade de maconha.

Ao todo, desde que começaram as investigações da Denarc, dez integrantes da quadrilha já foram identificados e presos, Cinco estabelecimentos da região central de Curitiba foram apontados como "fachada" para o tráfico.

Fora a casa noturna Purple Hills, os bares Opção e Matozo e o Waldo X-Picanha Prime, também foi apontado como ponto de tráfico o bar Amarelinho.

Outro lado

Em nota, a assessoria de imprensa do grupo Waldo X-Picanha disse que a loja onde foram cumpridos os mandados de prisão é uma franquia, e, por isso, o grupo não tem nenhuma responsabilidade sobre o fato.

Segundo informou o órgão, as lojas originais da rede – localizadas no Alto da XV e no Água Verde – não têm vínculo com o Waldo X-Picanha Prime e com "nenhum outro estabelecimento que opere em Curitiba com o mesmo nome, já que existem outras quatro operações na cidade administradas por outros empresários".

Uma funcionária do escritório de advocacia que atende a Purple Hills informou que o advogado responsável emitiria um posicionamento sobre o fato, o que não havia sido feito até o meio-dia.

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