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Foz do Iguaçu – Um terremoto de 6,7 graus na escala Richter atingiu a província de Santiago Del Estero, Norte da Argentina, a 900 quilômetros da fronteira com Foz do Iguaçu, por volta das 23h30 de domingo, e repercutiu no Paraná dois minutos depois. As seis estações sismográficas da Hidrelétrica de Itaipu, coordenadas pelo Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UNB), registraram o abalo sísmico que também teve reflexos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Distrito Federal.

No Paraná os tremores, que duraram até um minuto, foram sentidos com mais intensidade em Cascavel e em Londrina. Em Foz do Iguaçu, moradores que residem em edifícios também perceberam móveis balançar por cerca de 20 segundos. Não houve danos materiais ou vítimas.

Em Cascavel, parte da população viveu momentos de medo. O Corpo de Bombeiros recebeu 20 ligações, a maioria vinda de prédios residenciais localizados no Centro, Parque São Paulo e Neva. Em oito deles foram feitas vistorias para verificar se a estrutura dos prédios havia sido atingida, o que não ocorreu.

A funcionária pública Inês Zubeldia, 45 anos, moradora do Parque São Paulo, percebeu o tremor de terra por volta das 23h30, durante um minuto, quando estava lendo um livro na cozinha. "Eu percebi que estava acontecendo algo estranho porque a água de dentro da garrafa e o chaveiro da porta começaram a balançar. No primeiro instante dá um mal-estar e depois muito medo," diz.

Em Londrina, a dona de casa Cleonice Murimoto, que já morou no Japão onde os terremotos são comuns, demorou a perceber o fenômeno. "Jantei às 22 horas e às 23 horas, quando o chão começou a tremer, achei que tinha comido demais. Quando vi que era um tremor, me deu uma batedeira no coração e levantei disposta a sair de casa com os meus filhos. A gente nunca acha que isso possa acontecer no Brasil", conta.

O chefe do Observatório Sismológico da UNB, professor Lucas Vieira Barros, diz que o terremoto é considerado de magnitude expressiva na escala Hitcher, cuja intensidade vai até 9. Quando o fenômeno ocorre, as ondas propagam-se sobre toda a Terra, no entanto, os tremores são percebidos em apenas alguns locais.

Barros explica que a intensidade do abalo foi percebida de formas diversas em razão das diferentes constituições dos terrenos nos quais estão construídos prédios e casas. Segundo ele, em terrenos não consolidados as ondas vibram mais, ao contrário de áreas mais firmes, onde os tremores são pouco percebidos. Os moradores de prédios são os que têm mais chance de sentir os tremores porque um edifício funciona como um pêndulo invertido no qual as vibrações são maiores nas extremidades, esclarece. O professor também diz que em algumas cidades há mais concentração de ondas. "Há locais onde as ondas se concentram mais ou podem ser ampliadas", diz.

Segundo Barros, o sismo foi provocado pelo encontro de duas placas tectônicas no Chile, a Nazca e a da América do Sul. Nessa região é comum a ocorrência do fenômeno. Conforme registros das estações sismológicas, o terremoto teve profundidade superior a 500 quilômetros.

Nesse ano o Paraná já havia registrado um sismo, porém diferente por ter sido originado no próprio estado. Foi dia 5 de janeiro, quando moradores de Telêmaco Borba, a 235 quilômetros de Curitiba, perceberam dois tremores de aproximadamente cinco segundos de duração cada. Os abalos foram sentidos na Região dos Campos Gerais – Imbaú, Ortigueira, Reserva, Tibagi, Castro e Ponta Grossa – com menor intensidade.

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