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| Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo

A chuva que quase não dá trégua no Sul do país desde setembro é um dos indícios daquilo que os meteorologistas agora já podem afirmar: o El Niño – previsto para atuar até o fim de 2015 (com 70% de possibilidade de se estender até o próximo outono) – é o mais forte dos últimos vinte anos e pode ter sua magnitude comparada ao de 1997, o “pior” identificado até o momento. No Paraná, moradores da região Sudoeste devem ser os que mais vão sentir essa força, tal como todo o estado de Santa Catarina e a região Noroeste do Rio Grande do Sul.

Confira no infográfico como se configura o El Niño

Sudoeste do PR está no caminho do El Niño

As regiões Norte e Leste da Amazônia e Nordeste do Brasil são vítimas de seca em tempos de El Niño. No Sul, a situação é inversa. Chove muito por aqui. Tanto que Curitiba já tem o maior acúmulo de precipitação para um mês de outubro desde 1997 (quando atuou o último El Niño forte).

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Os meteorologistas agora esperam para ir além e confirmar a possibilidade de que o fenômeno possa até mesmo superar a barreira registrada vinte anos atrás.

A professora Alice Marlene Grimm, que lidera o grupo de Meteorologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), acredita que a potência demonstrada até agora pode levar o El Niño 2015-2016 a assumir o topo da lista. “Pode, eventualmente, se tornar mais forte do que o de 1997”, afirma a professora, que faz parte do grupo de gestão da Comissão de Ciências Atmosféricas da Organização Meteorológica Mundial e é reconhecida como uma das primeiras profissionais a confirmar que, no Sul do país, incidência mais evidente do El Niño é no ciclo da Primavera.

El Niños registrados

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 33 fenômenos do El Niño já foram registrados no mundo, sendo 14 considerados de nível forte. A professora Alice Marlene Grimm, da UFPR, explica que o fenômeno é considerado uma anomalia de oscilação interanual, com intervalo médio de formação a cada 3,8 anos. No entanto, esse intervalo, como é uma média, por variar de dois até sete anos. O primeiro El Niño de que se tem notícia foi entre 1877 e 1878.

E o estudo defendido pela especialista deve se confirmar novamente. A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, do Departamento de Comércio Americano (NOAA), calcula que o fenômeno – caracterizado pelo aquecimento anormal do oceano pacífico equatorial – tem 90% de chances de persistir até dezembro. Com grandes chances de muita chuva por aqui.

“Os efeitos do El Ninõ são especificamente fortes sobre os eventos extremos de chuva. E, em comparação com períodos de La Niña, que é a situação oposta, a ocorrência de eventos extremos pode aumentar em até cinco vezes”, revela Alice. Ela salienta ainda que, no Sudoeste do Paraná, a região que deve ser mais afetada no estado, a média em anos de El Niño é de 6,3 eventos extremos por mês, igual à média de Santa Catarina.

Feriadão será com chuva, de novo, em todo o Paraná

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Somente neste mês de outubro, mais de 50 mil pessoas foram afetadas pelas tempestades no estado catarinense. De acordo com a Defesa Civil do estado, 107 municípios tiveram algum tipo ocorrência neste período, em que houve 21.193 desalojados, 1.873 desabrigados e quatro mortes. No Paraná, no último período de chuva mais forte, entre 20 e 23 de outubro, 9,8 mil pessoas foram prejudicadas em 41 municípios.

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