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O comerciante Maurílio Andrade Batista, de 55 anos, pai da estudante paulista Daniela Batista, de 23 anos, que estava desaparecida desde domingo (5), no Rio de Janeiro, disse que a filha vai para um hospital psiquiátrico, pois não quer falar com ninguém e está em choque. A estudante foi encontrada na tarde desta terça-feira (7), em Ipanema, zona sul do Rio.

O pai foi, porém, reconhecido por Daniela na Delegacia de Descoberta de Paradeiros, no Jacarezinho, na zona norte carioca. “Ela só falou: ‘Pai, eu não quero falar com ninguém’. Ela está em estado de choque, não tem condições de ficar na sociedade”, disse o comerciante, destacando que Daniela ainda não falou do motivo do desaparecimento. “O sentimento é de alívio”.

De acordo com a delegada titular da unidade, Elen Souto, a jovem foi achada por policiais do 23º Batalhão de Polícia Militar “totalmente fora de si”. A estudante estava apenas com o próprio carro, um Fox branco, e a roupa do corpo, “toda suja”, segundo o pai dela, na rua Farme de Amoedo, em Ipanema. A mãe de Daniela sofre de uma doença psiquiátrica, mas a família afirma não saber se a estudante tem a mesma enfermidade.

Familiares e amigos de Daniela souberam que a jovem teria sido vista na Lagoa Rodrigo de Freitas (zona sul) entrando em um carro. Ela teria sido reconhecida por um policial militar, que tentou abordá-la. Segundo o agente, ela ainda estava desorientada e afirmou estar vivendo dentro de seu carro. Foi quando ela entrou no veículo, arrancou e saiu do local.

Uma amiga da jovem, a também estudante Núbia Almeida, de 25 anos, conta que a amiga vinha demonstrando tristeza. “Ela estava um pouco triste ultimamente, a gente não sabe explicar (o motivo), eu imagino que seja pela mudança de cidade”, contou.

O último contato que o pai da jovem teve com a filha antes do sumiço foi na tarde de domingo (5) por uma ligação a cobrar. Na linha, uma mulher dizia ter encontrado Daniela desorientada após desmaiar no Largo da Carioca.

“Uma senhora disse que ela estava passando mal e precisava de ajuda”, disse Maurílio na ocasião, pedindo à mulher que levasse sua filha para a Rodoviária Novo Rio, e não a deixasse na Catedral Metropolitana, como ela pretendia.

Na segunda-feira (6) ele chegou de ônibus ao Rio vindo de Botucatu, no interior paulista, para acompanhar as buscas. Por causa do estado em que a filha foi encontrada, ele vai permanecer no Rio por tempo indeterminado. “Pretendo ficar no Rio o quanto for necessário”, contou.

A jovem se formou em Farmácia na Universidade Paulista (Unip). Veio em fevereiro ao Rio para fazer pós-graduação em Farmácia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Antes de sumir, dividia apartamento com um amigo em Copacabana. Era independente e estava acostumada a viver fora de casa, afirma Maurílio. O pai de Daniela conta que ainda não sabe se ela vai continuar morando no Rio, mas que estava realizando um sonho ao estudar na cidade.

“Vamos ver o que aconteceu realmente para a gente ter um prognóstico. Depende muito dela e não de mim. Eu acredito que ela tem um sonho e ela começou esse sonho. É só questão de tempo para ela determinar o que quer fazer da vida dela”, declarou o comerciante.

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