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Imagem de um dos blocos da Penitenciária Barreto Campelo,  onde, segundo o G1, os animais teriam sido abatidos | Sindasp-PE/Divulgação
Imagem de um dos blocos da Penitenciária Barreto Campelo, onde, segundo o G1, os animais teriam sido abatidos| Foto: Sindasp-PE/Divulgação

Detentos de uma penitenciária em Itamaracá, na região metropolitana do Recife, foram flagrados realizando um churrasco com carne de gato. Os animais foram abatidos dentro do presídio e servidos no último dia 10, durante o horário de visitas, quando familiares, incluindo crianças, passam o dia com os presos na unidade. Um agente informou que a realização de churrascos com carne de gato não é raro no local.

O churrasco na penitenciária Professor Barreto Campelo que gerou polêmica foi organizado momentos depois de um dos presos ter sido morto após uma briga dentro do presídio.

Em fotos divulgadas pelo Sindicado dos Agentes de Segurança Penitenciária de Pernambuco (Sindasp) é possível ver alguns homens preparando as carnes que são penduraras em fios. Em outras imagens aparecem couro e pele retirados de três animais.

“O fato ocorreu no corredor externo que fica entre os pavilhões C e D. No momento havia apenas cinco agentes penitenciários, que é o efetivo que contamos atualmente, quando o ideal deveria ser no mínimo 50 servidores”, disse João Carvalho, presidente do Sindasp.

O deficit de agentes em Pernambuco é de 3,7 mil agentes, segundo a entidade. A população carcerária do Estado ultrapassa os 33 mil detentos, que ficam sob a fiscalização de 1,5 mil agentes.

Sobre como os animais entraram na unidade prisional, Carvalho apontou falhas no sistema de segurança das guaritas. “Temos nove guaritas, mas apenas três funcionam. Isso não só atrapalha a fiscalização para coibir esse tipo de prática, como também facilita que pessoas joguem armas, drogas e que os animais entrem”.

Carvalho disse que apenas um detento foi responsabilizado pelo churrasco, e que a direção da unidade prisional abriu um processo disciplinar contra ele. Um agente da Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Olinda e Recife, disse à reportagem, sob condição de anonimato, que a realização de churrascos com carne de gato “faz parte do dia a dia do presídio”.

“Esse tipo de coisa não é novidade para quem está lá na Barreto Campelo. Além de gato, eles comem carne de camaleão e gavião”. A Pastoral Carcerária realiza um trabalho de evangelização e ressocialização toda terça no local.

Outro lado

A Secretaria Executiva de Ressocialização de Pernambuco, responsável pelos presídios estaduais, não esclareceu como os animais foram parar dentro da unidade. Em nota, a pasta afirmou que dois detentos foram identificados “e encaminhados à delegacia de Itamaracá para providências cabíveis. Os detentos também serão submetidos ao Conselho Disciplinar da unidade”.

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