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O calor de quase 40º nos últimos dias é o responsável pela morte de 22 idosos em apenas três dias em São Vicente, litoral paulista. Os óbitos foram registrados entre domingo (7) e terça-feira (9). Em Santos, em apenas 48 horas, 32 idosos entre 60 e 97 anos também morreram. Nas duas cidades, o número de mortes é considerado acima da média.

De acordo com a Secretaria de Saúde de São Vicente, os idosos morreram em decorrência do calor. Todos eles apresentavam doenças como diabetes, hipertensão e problemas respiratórios.

Em Santos, em 48 horas, foram 200 chamadas para ambulâncias, quase o dobro da média mensal. Nas unidades de saúde, o atendimento a idosos aumentou na mesma proporção desde o início da semana.

Nos prontos-socorros, a maioria das mortes foi registrada como tendo como causa a insuficiência renal. O quadro de insuficiência causa a má absorção dos líquidos pelo corpo, e acarretam a insuficiência do coração e do pulmão.

O clínico-geral Paulo Olzon, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) chama a atenção para a falta de diagnóstico em casos de morte por calor. "Em São Paulo e no Rio de Janeiro tem feito tanto ou mais calor do que em Santos", afirma. "Será que só lá (em Santos) os idosos estão morrendo?"

Olzon explica que falta no Brasil um protocolo claro para diagnosticar a morte por calor, como o ocorre nos Estados Unidos e na Europa. "Faz falta um protocolo do Ministério da Saúde", afirma.

Uma das características da terceira idade que expõe mais os idosos durante o verão é a maior dificuldade dessa população em eliminar o calor do corpo. "Eles têm mais dificuldade para suar que as pessoas mais novas e têm menos água no corpo, o que é uma característica do envelhecimento", explica Olzon.

Nesta quinta-feira, a chuva que caiu em alguns pontos do litoral paulista amenizou o calor.

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