Seis suspeitos de assassinar a tiros o turista italiano Roberto Bardella, na quinta-feira (8), tiveram suas prisões temporárias decretadas pela juíza Maria Izabel Pena Pieranti, do Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (9).
Os primos italianos Roberto Bardella e Rino Polato faziam, de motocicleta, uma viagem pela América do Sul. Eles tinham visitado o Cristo Redentor e foram direcionados para a favela no Morro dos Prazeres, no centro do Rio - que tem uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) - por meio de um aplicativo. Na comunidade, foram cercados pela quadrilha. Os traficantes armados teriam achado que Bardella era um policial - ele levava uma câmera de filmagem presa ao capacete.
Depois de assassiná-lo com tiros na cabeça e em um braço, os criminosos colocaram o corpo na mala de um carro, obrigaram Polato a entrar no veículo e rodaram com ele por mais de duas horas. Acabaram liberando o turista com o corpo do primo perto de um templo religioso. Antes, enterraram pertences das vítimas e lavaram as motocicletas, para limpá-las de eventuais impressões digitais.
Rino Polato passou a noite no consulado italiano no Rio. Nesta sexta-feira, deverá deixar o Brasil. Autoridades brasileiras estão ajudando no traslado do corpo de Bardella para a Itália.
Suspeitos
Todos os acusados, além de um sétimo suspeito, adolescente, foram reconhecidos em fotografias pelo primo da vítima, Rino Polato, em depoimento à polícia, como integrantes do bando armado que abordou os visitantes no Morro dos Prazeres, no centro da capital. As prisões, pelo assassinato de Bardella e por sequestro e cárcere privado de Polato, foram pedidas pela Divisão de Homicídios.
“Tenho que a conduta dos indiciados não atingiu apenas o patrimônio, a vida e o direito de ir e vir das vítimas, ambas turistas italianos. Em verdade, o hediondo episódio maculou, ainda mais, o nome e a fama desta sofrida cidade do Rio de Janeiro e, por via de consequência, de todo o Brasil, que ostenta alarmantes índices de criminalidade urbana”, escreveu a juíza.
“Como cidadã e como magistrada que sou, tristemente declaro que me envergonho a cada nova ocorrência similar. E a imprensa local, nacional e estrangeira - sensível e eloquente voz da sociedade -, fez repercutir a notícia, dando larga divulgação ao crime que a todos chocou sobremaneira. Com efeito, o evento evidencia a extrema vulnerabilidade dos cidadãos que aqui vivem ou que por aqui passam. E, pior ainda, o evento ora versado e analisado não foi um episódio isolado. Ao contrário e, lamentavelmente, várias outras situações assemelhadas ocorreram nos últimos tempos. Em verdade, estão elas se tornando corriqueiras”, escreveu.
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