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Comec se reunirá com Urbs nesta semana e tentará negociar um subsídio menor para o sistema | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Comec se reunirá com Urbs nesta semana e tentará negociar um subsídio menor para o sistema| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

Salários

Motoristas ameaçam greve para amanhã

Os motoristas e cobradores de ônibus de Curitiba e região, representados pelo Sindimoc, mantêm um indicativo de greve para amanhã, caso não recebam os salários hoje. Em novembro, houve atraso no pagamento do adiantamento dos empregados, situação que se repetiu em dezembro e ameaçou inclusive o recebimento do 13º salário. As empresas de ônibus, representadas pelo Setransp, coloca os atrasos na conta da falta de repasses integrais por parte da prefeitura e governo do estado.

Segundo o sindicato da categoria, algumas empresas, por edital, já comunicaram os funcionários de que os holerites estarão disponíveis hoje e os salários serão depositados nesta data. Outras, no entanto, ainda não se manifestaram a respeito.

Por isso, os trabalhadores devem esperar até as 23h59 deste dia 7 de janeiro, data limite para o pagamento, e checar se foram efetivados. Caso os motoristas e cobradores não recebam seus salários, pode haver paralisação dos funcionários das empresas que não efetuarem os pagamentos a partir de amanhã (quinta-feira, 8 de janeiro).

Colaborou Fernanda Trisotto

O governo do estado ainda deve um quarto do convênio que mantém o subsídio do transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana. O acordo atual venceu no último dia 31 e o débito é de R$ 16,7 milhões, segundo a Urbs. Sem o dinheiro, houve atraso nos repasses às empresas e também no adiantamento salarial dos funcionários. A categoria, inclusive, ameaça nova greve amanhã caso haja atraso no pagamento de hoje.

O descompasso entre governo estadual e prefeitura de Curitiba sobre as datas em que o subsídio deve ser depositado vem desde o início do acordo. Mas a dívida atual se refere a valores acumulados entre outubro e dezembro.

Foi justamente em novembro que dois fatos novos se incorporaram ao imbróglio que cerca o transporte coletivo da capital: no dia 11, a prefeitura reajustou a tarifa paga pelo passageiro para R$ 2,85 – diminuindo a necessidade de subsídios; já no dia 17, a Comec divulgou pesquisa origem-destino e informou que os resultados do levantamento vão interferir no valor da tarifa técnica e no subsídio necessário para o setor.

A Urbs não informou se o aumento da tarifa reduziu a necessidade de subsídio estadual. Até 10 de novembro, a diferença entre o valor pago pelo usuário da rede integrada e o repassado às empresas era de R$ 0,48. Com o reajuste, ela passou para R$ 0,33. Especula-se, porém, que o aumento pouco aliviou o rombo em 2014. Isso porque muitos pagaram passagens com valor antigo em novembro e o movimento caiu em dezembro.

A Comec se limitou a informar que se reunirá com a Urbs nesta semana para discutir as pendências. O órgão estadual ressaltou os possíveis impactos da sua pesquisa origem-destino no novo acordo. O levantamento mostrou que o porcentual de passageiros metropolitanos transportado é quase 10% maior do que o informado pela Urbs – 31,2% ante 21,7%.

O convênio de 2015 também deve levar em consideração o novo aumento tarifário anunciado por Gustavo Fruet para fevereiro. A expectativa do estado é diminuir o subsídio. Mas a necessidade do aporte não cessará. Isso porque o próximo mês também é o de reajuste dos custos do sistema. O estado diz ter repassado R$ 193 milhões em subsídios desde 2012.

A Comec também cobra que a Urbs informe o saldo do Fundo de Urbanização de Curitiba. O pedido teria sido feito 60 dias atrás. Tanto o órgão estadual quanto a empresa não informaram o impacto desse saldo nas discussões. Mas é do FUC que são transferidos os recursos para as empresas. Ou seja, um eventual saldo pode ser utilizado como argumento pelo estado para diminuir os subsídios repassados ao setor.

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