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Um pescador de Magé, na Baixada Fluminense, arrancado de casa e assassinado com cinco tiros por pistoleiros na noite de sexta-feira, foi enterrado hoje em clima de protesto. Paulo César Santos Souza, de 44 anos, era tesoureiro da Associação dos Homens do Mar (Ahomar), que tentava interromper as obras de implantação de um gasoduto do futuro Complexo Petroquímico (Comperj) da Petrobrás, às margens da Baía de Guanabara.

Segundo testemunhas e familiares, três homens invadiram a casa do pescador e o espancaram no meio da rua. Em seguida, dispararam cinco tiros na cabeça dele e fugiram num carro com a placa escondida por plástico preto. O assassinato do pescador aconteceu menos de um mês depois de o líder da Ahomar, Alexandre Anderson, ter sido alvo de um atentado a tiros. Dois homens dispararam quatro tiros em sua direção, quando estava próximo ao canteiro de obras do gasoduto, no dia 1º de maio, mas ele não se feriu.

Os pescadores de Magé tentam interromper as obras do gasoduto. Eles questionam o licenciamento ambiental e denunciam que a devastação de vegetação de manguezal está prejudicando a pesca artesanal na região. No dia 16, uma manifestação no canteiro de obras terminou num confronto entre pescadores e policiais.

O crime está sendo investigado pela delegacia de Piabetá (66º DP), distrito de Magé. Segundo o delegado de plantão, Ivan Muniz diligências estavam em curso em busca de pistas dos assassinos. Os pescadores já vinham denunciando ameaças por telefone. O caso era acompanhado pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio. O presidente da comissão, deputado estadual Marcelo Freito (PSOL), disse que vai cobrar do delegado titular da 66º DP, Aroldo Luís de Carvalho Costa, uma investigação rigorosa do assassinato e do primeiro atentado ao líder do grupo. Para o deputado, é pouco provável que o assassinato de Souza não tenha ligação com as denúncias.

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