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Entidades que representam a comunidade homossexual brasileira cobram mais vigor das autoridades para o esclarecimento de crimes cometidos contra lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis no país (LBGT). De acordo com o relatório divulgado na segunda-feira (8) pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), em 2009 aconteceram 198 assassinatos contra homossexuais. Curitiba lidera a lista com o maior número de casos, 14 homicídios.

Paraná e Bahia, 25 mortes cada um, são os estados onde mais homossexuais foram assassinados em 2009. "Durante 10 anos foram assassinados 200 pessoas homossexuais no Paraná inteiro", disse Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT).

Após a divulgação do relatório, Toni Reis enviou uma solicitação ao ministro da Justiça, Tarso Genro, e ao ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi,, pedindo que seja feito um grupo de trabalho com a participação de ativistas homossexuais, técnicos da Secretaria Nacional de Segurança Pública e representantes das Secretarias de Segurança Pública dos estados e municípios para discutir estratégias de segurança para os homossexuais.

Também foi enviado um ofício à deputada federal Iriny Lopes (PT-ES), presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. "Queremos que seja feita uma Audiência Pública sobre o assassinato de homossexuais no Brasil", disse Toni Reis.

Segundo Reis, ainda existe muito preconceito e discriminação com a comunidade homossexual. "Sabemos que a sociedade é violenta e que vários heterossexuais também foram assassinados, mas mortes por homofobia acabam ficando meio de lado. Ainda existe muita homofobia institucional", afirmou.

Reis reconhece que alguns homossexuais acabam entrando em um grupo de risco. "Travestis saem de casa e entram na prostituição. Acabam se envolvendo com drogas por falta de oportunidades", declarou. O presidente da ABGLT afirmou que o grande problema no Brasil é a questão da impunidade. "Apenas 2% dos casos de homicídios contra homossexuais são resolvidos no país", disse.

Toni Reis explicou que no Paraná está havendo avanços e que o governo está aberto para o diálogo com a comunidade homossexual. "Vamos trabalhar com os candidatos durante a campanha para que assumam compromissos para diminuir os crimes contra homossexuais", definiu.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), que informou que estava finalizando um levantamento para se pronunciar sobre o caso.

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