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Além de disciplinas formais, estudantes da Escola Especial Bom Jesus têm atividades personalizadas | Valterci Santos/Gazeta do Povo
Além de disciplinas formais, estudantes da Escola Especial Bom Jesus têm atividades personalizadas| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

A Escola Especial Bom Jesus foi criada em 1983 para atender crianças e jovens portadores de necessidades especiais e está comemorando 25 anos. O fundador, o frade João Crisóstomo Arns, já é falecido, mas Odenise Arns acompanha o trabalho desde a fundação. Ela é professora na escola e tem um filho com síndrome de Down, motivo de seu envolvimento com a causa. "Participei de toda a trajetória, pois também tive dificuldades em encontrar um local onde meu filho se adaptasse. O trabalho cresceu e hoje são atendidos 43 alunos de 7 a 33 anos", diz Odenise.

A iniciativa foi pioneira em Curitiba e surgiu da necessidade de incluir crianças e jovens com deficiência intelectual. O grupo estudou várias metodologias e tem um ensino individualizado, que procura respeitar o desenvolvimento de cada um. "Temos nossas pequenas vitórias, alguns alunos conseguiram ler e escrever, coisa que ninguém imaginava", explica Odenise. "Mas, acima de tudo, eles conseguem ganhos fabulosos, como melhora da convivência e a criação de laços de amizade. É uma grande caminhada de humanização", afirma.

A escola é semi-integral; há aulas formais, como Língua Portuguesa e Matemática, e também oficinas de artesanato, conserto de brinquedos, costura e bordado, culinária, dança, jardinagem, informática, marcenaria e atividades aquáticas. Os exercícios são direcionados para as necessidades individuais de cada estudante. Além destas atividades lúdicas, os estudantes têm muito incentivo à prática de esportes, que auxilia no desenvolvimento e aprendizagem dos jovens. "Na piscina, por exemplo, eles fazem alongamento e relaxamento, melhoram a capacidade respiratória e também o equilíbrio", explica Mônica Regina Bertoldi, gestora da escola.

Para garantir que os alunos tivessem uma oportunidade no mercado de trabalho, a direção resolveu abrir uma empresa. A Valor Brasil começou com um empréstimo de R$ 80 mil, pagos em produtos, e produz peças de TNT, como aventais e toucas. Hoje atende clientes como Correios, Fiat, Amil, Volvo, Renault e próprio Colégio Bom Jesus. "É um incentivo para que eles continuem a se desenvolver. Damos autonomia", diz a professora.

O maior mérito da escola, de acordo com Odenise, é a inclusão verdadeira dos alunos. "Incluir significa se sentir respeitado e amado. Nestes 25 anos aprendi que as coisas simples valem a vida e trazem muito crescimento interior", explica. "A gente vive em um mundo onde tudo cresce e se esvai. Lá não, é um crescimento de humanidade", afirma. Para Mônica, gestora da escola, a maior lição que as crianças e jovens ensinam é o amor pela vida: "Eles são muito sensíveis e nos transmitem a vontade de viver e ser feliz."

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