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"Oportunamente, eu vou falar. Houve violação dos Direitos Humanos. Eu me apresentei. Depois eu vou falar com calma", disse na segunda-feira (19) à noite o ex-promotor Igor Ferreira da Silva, condenado a mais de 16 anos de prisão sob a acusação de ter matado a tiros a mulher, Patrícia Aggio Longo, em 1998. Igor contesta a versão oficial apresentada pela Polícia Civil de São Paulo, que informou à imprensa que a prisão do ex-promotor, após ter ficado oito anos foragido, foi feita pela equipe de capturas após denúncia anônima.

A frase de Igor foi dita aos jornalistas na sede da 5ª Delegacia Seccional, anexa ao 81º Distrito Policial, no Belém, Zona Leste da capital. Na ocasião, o ex-promotor ia passar por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). A polícia não permitiu que a imprensa conversasse com o preso.

Invenção

Procurado para comentar o assunto, o delegado seccional Nelson Guimarães afirmou ainda na segunda-feira que a história de que Igor se entregou foi inventada e que ele, na verdade, havia sido preso.

"A delegada colocou inicialmente ‘apresentação espontânea’, mas depois corrigiu [e pôs que Igor foi preso]", disse o seccional. "O delegado titular fez um adendo [colocando que o ex-promotor foi preso e não apresentado] ao primeiro boletim de ocorrência."

De acordo com Guimarães, essa mudança e adendo no boletim foi que gerou toda a confusão.

Grávida

O ex-promotor está preso no 40º Distrito Policial, na Vila Santa Maria, na Zona Norte de São Paulo. Há a possibilidade dele ser transferido para a Penitenciária de Tremembé, no interior de São Paulo, ainda nesta terça.

Igor era foragido da polícia e foi condenado a 16 anos e quatro meses de prisão, em 2001, pela morte de Patrícia, que estava grávida de sete meses. O crime aconteceu em Atibaia, a 60 km de São Paulo.

O ex-promotor culpa um ladrão que, segundo ele, abordou sua mulher na rua. Segundo ele, Patrícia Aggio Longo foi então sequestrada e morta. Ela levou dois tiros na cabeça. A Procuradoria, no entanto, acusou o promotor de ter matado a mulher. Um teste de DNA realizado mostrou que o bebê não era filho de Igor.

Em 2006, o Órgão Especial do TJ decretou a perda do cargo de promotor. O mandado de prisão do ex-promotor tinha validade até 17 de abril de 2021.

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