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Outra situação que preocupa os integrantes da Anced é a criação da Unidade Experi­­mental de Saúde (UES), localizada em São Paulo. O local foi inaugurado há três anos pelo governo do estado com o objetivo de atender adolescentes e jovens com problemas relacionados à saúde mental. Todos os seis rapazes que vivem lá hoje são egressos da Fundação Casa (antiga Febem) e têm mais de 18 anos.

A discussão sobre a UES começou em função de Ro­­berto Aparecido Alves Car­­doso, o Champinha. Em 2003 ele assassinou e violentou a estudante Liana Friedenbach, de 16 anos, e participou do sequestro e da morte do namorado da garota, Felipe Caffé, de 19 anos. Na época, Cham­­pinha tinha a mesma idade de Liana e, de acordo com o Estatuto da Criança e do Ado­­lescente, poderia ficar privado de liberdade por no máximo três anos. Quando esse prazo estava chegando ao li­­mite, o Ministério Público entrou com um recurso para que o jovem permanecesse in­­ternado até os 21 anos. Perto da data de saída, o Ministério Público entrou com um pedido de interdição civil para que Champinha não fosse posto em liberdade.

O que a Anced discute é que, com a Reforma Psiquiá­­trica, a internação compulsória deve ser feita somente em último caso. Hoje, o tratamento para pessoas com problemas de saúde mental deve ser feito na rede pública por meio dos Caps. Os pacientes têm aten­­dimento com psiquiatras, psicólogos e outros especialistas. Somente nas crises ocorre a internação. Para integrantes da Asso­­ciação, os jo­­vens da UES estão em um limbo jurídico. "Quem está internado fica submetido a uma alta médica. E, no caso desses rapazes, quem decide é o Judiciário. Não po­­demos prever que alguém cometerá um novo crime. A ciência não faz este tipo de previsão", diz Fer­­nanda La­­varello, da Anced. (PC)

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