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Projeto da faixa exclusiva da Rua XV contrariou comerciantes, mas é aprovado por passageiros do ônibus | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Projeto da faixa exclusiva da Rua XV contrariou comerciantes, mas é aprovado por passageiros do ônibus| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

A faixa exclusiva da Rua XV de Novembro, em Curitiba, gerou redução média de 45% no tempo dentro do ônibus entre a Avenida Nossa Senhora da Luz e a Praça Santos Andrade. A linha Pinhais/Guadalupe, por exemplo, ficou seis minutos mais rápida nesse trecho. Já a Detran/Vicente Machado ganhou cinco minutos.

EXPANSÃO

Os estudos iniciais da prefeitura indicam a criação de mais 16 quilômetros de faixas exclusivas para ônibus até 2016. As próximas etapas do projeto serão a ampliação da faixa exclusiva da Westphalen até a Avenida Presidente Kennedy e a criação da faixa exclusiva da Alferes Poli até a Rua Brasílio Itiberê.

As conclusões são de um estudo feito pela Urbs a pedido da Gazeta do Povo. O projeto completou um ano em junho. Nas outras duas novas faixas exclusivas de ônibus da cidade, instaladas há quatro meses nas ruas Marechal Deodoro e Desembargador Westphalen, a redução média foi de 24%. O projeto inicial da gestão Gustavo Fruet (PDT) é criar 20 quilômetros de faixas exclusivas para ônibus da cidade até 2016. Os três projetos inaugurados somam quatro quilômetros.

Infográfico: veja o ganho de velocidade nas vias onde há faixas exclusivas para ônibus.

Mais de 140 mil passageiros trafegam pelas três faixas diariamente em 41 linhas de transporte coletivo. Os dados disponibilizados pela Urbs se referem à metade dessas linhas. Mas a amostragem engloba 85% das que trafegam na Rua XV de Novembro – via que detém a faixa mais extensa e que foi a pioneira dessa ação na cidade.

Para chegar às conclusões do estudo, a empresa ligada à prefeitura realizou medições antes e depois da implantação das faixas – em alguns casos até três vezes. Nos últimos 15 anos, segundo a Urbs, o transporte coletivo de Curitiba perdeu 30% da velocidade média nos grandes eixos e no anel central.

Mas, assim como em São Paulo, o caminho para ônibus nessas faixas não ficou totalmente desimpedido. Houve contrariedade de comerciantes locais. Eles alegam que o planejamento foi mal feito e sem discussão com a sociedade.

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Antes da pista exclusiva para ônibus, havia três faixas de rolamento e vagas de estacionamento. Agora, são duas destinadas aos automóveis particulares e uma apenas para o transporte público.

A principal crítica é pela remoção das vagas de estacionamento. “Não sou contra a prioridade ao ônibus. Mas tudo precisa ser discutido antes. Agora é que estão fazendo os remansos para estacionamento, após muita pressão. Fico me perguntando sobre o porquê de não terem feito antes”, disse José Mainheriche, 57, dono da Papelaria e Revistaria Alto da XV.

Segundo os empresários, o comércio local teve uma queda de 40 a 50% no movimento. Eles alegam que muitos não tiveram condições de pagar o aluguel e desistiram dos pontos. Adriane Moreira instalou sua primeira loja na Rua XV de Novembro há um ano e, assim como em todo o país, enfrenta dificuldades.

Mas a empresária alega que a faixa exclusiva de ônibus é mais um ingrediente nesse momento difícil. “Minha negociação com o proprietário já estava fechada. Não tinha como voltar atrás. Logo fiquei assustada com o baixo movimento e os comércios vizinhos me contaram que o movimento havia caído muito depois da faixa. E neste ano veio a crise.”

Alheios às críticas, passageiros garantem que a faixa exclusiva da Rua XV de Novembro cumpriu o seu objetivo. E querem mais. “Meu trajeto agora demora 15 minutos, metade do que era antes. O transporte público passou a ser muito vantajoso. Só falta fazer na Rua Marechal [Deodoro] inteira”, cobra Silmara Monteiro. Ela mora no Bairro Alto e utiliza a linha Tarumã para ir ao trabalho, no Centro.

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