• Carregando...
Fogo na beira da estrada em Santa Isabel do Ivaí: perigo de acidentes é alto. Na PR-444, entre Mandaguari e Arapongas, a fumaça causou interdição da pista e um acidente  entre uma carreta e um carro | Ivan Amorim/Gazeta do Povo
Fogo na beira da estrada em Santa Isabel do Ivaí: perigo de acidentes é alto. Na PR-444, entre Mandaguari e Arapongas, a fumaça causou interdição da pista e um acidente entre uma carreta e um carro| Foto: Ivan Amorim/Gazeta do Povo

Seca

Umidade do ar chega a 10,6% em Maringá

Renan Colombo e Thiago Ramari, Gazeta Maringá

Maringá registrou, na tarde de ontem, a umidade relativa do ar mais baixa dos últimos 11 anos, conforme informação do Instituto Tecnológico Simepar. O índice chegou a 10,6%, o que representa um recorde desde a criação da estação meteorológica do Simepar no município, em 1999. O índice foi registrado por volta das 16 horas. Isso coloca a cidade em estado de emergência, conforme classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS), pois o índice é inferior a 12%. O recorde anterior de Maringá havia sido registrado em 2001: 11%.

A estiagem está comprometendo o abastecimento de água na região Noroeste do estado. Em Sarandi, Marialva e São Jorge do Ivaí, que ficam, respectivamente, a 10, 20 e 60 quilômetros de Maringá, a população fica sem água diariamente. São Jorge do Ivaí enfrenta a falta de água há praticamente 30 dias. Das 13 às 18 horas, os moradores que não têm reservatório ficam sem uma única gota. Em Sarandi, a prefeitura pretende multar moradores que desperdiçam água.

A previsão do tempo indica que a seca na região de Maringá não deve acabar nos próximos dias. A chegada de uma frente fria ao estado pode provocar chuvas hoje, mas em volume insuficiente para contornar o problema. A partir de amanhã, o sol volta a aparecer.

Dezenas de incêndios ambientais deixaram um rastro de destruição na região Noroeste do Paraná ontem. Bombeiros e Defesa Civil entraram pela noite na tentativa de controlar o fogo de grandes proporções que acabou com mata nativa, pomares de laranja, plantação de cana e pastagens, além de matar cerca de 30 cabeças de gado, na região de divisa entre os municípios de Santa Isabel do Ivaí e Santa Mônica. Em Luiziana, a queimada causou cerca de R$ 100 mil em prejuízos no estoque de madeira em duas serrarias. No município, o fogo se alastrou por uma faixa de quase quatro quilômetros e se aproximou do centro da cidade. Em Maringá, dois incêndios em região de floresta destruíram pelo menos 100 alqueires. Um deles começou ainda no domingo, sendo que os bombeiros demoraram quase dois dias para conter o avanço das chamas. Por fim, outra queimada em plantação de trigo, nas proximidades de Mandaguari, interditou a PR-444 e a fumaça causou acidente entre uma carreta e um veículo de passeio.

De acordo com o chefe da Defesa Civil no Paraná, Eduardo Gomes Pinheiro, focos de fogo nessa época do ano são comuns, mas o que tem chamado atenção nos últimos dias são as proporções dos incêndios ambientais registrados. "Os pequenos incêndios podem se alastrar com velocidade graças aos ventos e se tornar grandes. Quase todos os incêndios são provocados pelas pessoas. Também tem fogo provocado de forma dolosa, onde tentam queimar áreas de proteção para simular acidentes", explicou.

Trabalho intenso

O tenente conta que agosto foi o mês em que a defesa civil mais atuou no combate a incêndios no Paraná. Foram 2.272 casos atendidos, estabelecendo o recorde desde que o monitoramento foi criado, em 2004. "Setembro está indo pela mesma tendência", afirmou.

No mais grave dos casos registrados nesta segunda, no Noroeste, uma fazenda do município de Santa Isabel do Ivaí foi praticamente destruída pelo incêndio que começou por volta de 11 horas. Cerca de 30 cabeças de gado morreram queimadas e os fazendeiros e sitiantes precisaram correr para salvar o restante do rebanho. Até por volta de 19 horas o fogo ainda não havia sido controlado e se espalhava com facilidade pelas plantações. Os trabalhos de combate contaram com moradores da região e de usineiros de açúcar, que tiveram prejuízos com a queima de plantações de cana.

Em Maringá, o primeiro incêndio em reserva de mata nativa teve início no Jardim Paulista e se alastrou por cerca de 15 quilômetros na vegetação rasteira. As chamas atingiram árvores centenárias e os bombeiros e a Força Verde fizeram resgate de animais silvestres. Foram quase dois dias para que o fogo fosse controlado, mas poucas horas depois um segundo foco, de maiores proporções, atingiu outra região, sendo que o combate entraria pela noite.

Na PR-444, entre Mandaguari e Arapongas, o fogo consumiu rapidamente uma plantação de trigo causando bastante fumaça. A rodovia foi interditada por duas vezes, o que não evitou uma colisão entre uma carreta e um veículo de passeio. Não houve feridos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]