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A formação dos policiais militares paranaenses ganhou ares mais humanistas há um ano, desde que o coronel Roberson Bondaruk assumiu a Academia Militar do Guadupê. O tenente-coronel Renato Jorge da Silveira, sub comandante da academia, diz que esta mudança estava em curso há cerca de dez anos, mas agora os direitos humanos são a principal pauta do ensino no local. "Focamos o policiamento comunitário. A boa formação é a nossa meta." Ele afirma que a intenção é desmistificar a ideia do PM violento. "Há 30 anos a formação era diferente. Hoje estamos chamando os policiais para fazer um curso de atualização. Nossa formação de oficiais, por exemplo, tem atividades na Vila Osternack, que já foi uma das re­giões mais violentas de Curi­tiba. O policial não é uma ‘raça’ diferente, ele é fruto da sociedade."

Foi pensando no lado humano do policial que o tenente Luciano Blasius decidiu entrar para a corporação. Filho de um soldado da PM, ele, desde criança, nunca concordou com o tratamento dado ao pai pelos superiores. "Se estamos falando em direitos humanos, isso tem de começar dentro da instituição." Blasius faz parte de uma nova geração de policiais que se voltou ao conhecimento acadêmico para tentar encontrar uma solução para a segurança pública. Mas, infelizmente, menos de 1% desses profissionais chegam ao doutorado. "Trabalhei no Proerd e vi que conseguíamos ter uma relação próxima com as crianças. Mas, quando elas chegam à adolescência, deixamos de ser super-heróis. Então decidi estudar para ver o que tinha de errado." Hoje ele é professor no Guatupê e diz ter esperança. "Precisamos que, desde o soldado até o coronel, todos tenham consciência de sua missão. E estamos trabalhando para isso." (PC)

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