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Submarino Nautile ajudará na procura por destroços e pelas caixas pretas do Airbus | Boris Horvat/AFP
Submarino Nautile ajudará na procura por destroços e pelas caixas pretas do Airbus| Foto: Boris Horvat/AFP

Paris - Um navio de pesquisa oceanográfica iniciou uma varredura do fundo do Oceano Atlântico, numa nova fase na busca pelas caixas-pretas do Airbus da Air France que fez o voo 447. Os aparelhos não estão mais emitindo sinais. O Airbus A330 caiu no Oceano Atlântico quando fazia a rota Rio de Janeiro-Paris no dia 31 de maio (ou 1º de junho, se for considerado o horário mundial), matando todos os seus 228 ocupantes. A queda aconteceu a mais de 1.450 quilômetros da costa nordeste do Brasil. As informações são da Associated Press.

Agora, o navio Pourquoi Pas, de 328 pés (100 metros), se concentra em encontrar mais destroços do avião na expectativa de que as caixas prestas possam estar em meio a pedaços da aeronave, segundo a BEA, a agência francesa que investiga o acidente. O Pourquoi Pas é operado conjuntamente pela Marinha francesa e pelo Instituto Francês para a Exploração do Mar. A embarcação conta com um submarino, o Nautile, um robô de controle remoto chamado Victor 6000 e um sonar especial. O Nautile já participou das buscas pelos destroços do Titanic.

Um comunicado da BEA confirmou que as caixas pretas contento gravações da cabine e os dados do voo não estão mais emitindo sinais. As caixas pretas são construídas para enviar sinais por pelo menos 30 dias.

Um total de 640 partes do avião foram recolhidas no Atlântico, incluindo a cauda quase intacta, uma tampa de motor, coletes salva-vidas que não foram inflados, assentos e artigos da cozinha da aeronave. Cinquenta corpos foram recuperados antes que as autoridades brasileiras suspendessem as buscas por corpos e escombros.

A agência francesa também saudou o compromisso da Airbus de ajudar a financiar as buscas por uma área maior, caso seja necessário. O diretor-presidente da Airbus, Tom Enders, afirmou ontem em entrevista ao jornal francês La Tribune que a companhia financiará uma terceira etapa nas buscas aos destroços do voo AF447. O valor oferecido fica entre 12 milhões e 20 milhões de euros, montante que deve ser empregado no custeio dos trabalhos a partir de 22 de agosto, quando deveriam se encerrar as buscas.

Tubo Pitot

Um documento técnico produzido pelo Advanced Air-Data Equipment for Airliners (Adeline), programa europeu de desenvolvimento tecnológico que contava com a participação da Thales Avionics S.A., fabricante de tubos de pitot, admitia já em 2006 o risco de queda de aeronaves em caso de perda das informações de velocidade durante um voo. A falha foi a primeira indicada pelas mensagens automáticas enviadas pelo Airbus A330 em 31 de maio. De acordo com o texto, em caso de congelamento das sondas, uma das hipóteses cogitadas para explicar a queda, o risco é ainda maior.

Já no resumo do relatório, assinado pela Thales, entre outras organizações, os técnicos reconhecem o risco gerado pela eventual falha das sondas. "Estes equipamentos geram parâmetros vitais para a segurança de voos como velocidade do ar, ângulo de ataque e altitude". O documento prossegue: "A perda destes dados pode causar a queda de um avião, em especial em caso de congelamento das sondas."

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