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Reivindicação

Os protestos vêm ocorrendo há quase um mês no Paraná.

14 de janeiro – Em Mangueirinha, índios guaranis e xetás ameaçam queimar torres de energia elétrica para conseguir uma audiência, mas não cumprem a ameaça.

29 de janeiro – Em Londrina, cerca de 200 índios que ocupavam a sede da Funai na cidade incendeiam um carro oficial.

5 de fevereiro – Na BR-369, em Jataizinho (Norte Pioneiro), índios invadem uma praça de pedágio.

6 de fevereiro – Na frente da sede da Funai em Londrina, o carro onde estava a estudante Érica Pedrão Brito é apedrejado ao furar um bloqueio.

9 de fevereiro – 160 índios caingangues tentam invadir a obra da usina hidrelétrica Mauá, no Rio Tibagi, em Telêmaco Borba

O presidente da Funai, Márcio Meira, admitiu ontem que irá rever o Decreto 7.056, assinado no fim de 2009, que retirou poder das unidades da Fundação Nacional do Índio (Funai) no Paraná e as deixou subordinadas a uma coordenação em Santa Catarina. Meira reuniu-se em Brasília com as lideranças indígenas paranaenses que vinham, desde o começo do ano, criticando o decreto. "Eu diria que está 50% certo. O presidente da Funai nos disse que vamos ter uma coordenação regional aqui", disse o caingangue Mansil Cretã, da reserva de Mangueirinha.

De acordo com o promotor de Justiça Luiz Eduardo Canto Bueno, coordenador do Centro de Apoio Opera­cional de Proteção às Comunidades Indí­genas, que também participou do encontro, ainda faltam detalhes para fechar a questão. "Pelo menos uma coordenadoria regional será aqui. Poderão ser duas. Mas não se sabe onde serão", disse. Uma nova reunião está marcada para o dia 22 de fevereiro. Até lá, Meira promete levar a reivindicação para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva – cabe ao presidente assinar uma nova portaria ou retificar a antiga. Antes do decreto, a Funai estava dividida em 44 escritórios de coordenação regional, dos quais três no Paraná (Curitiba, Londrina e Guarapuava), além de 24 núcleos de apoio local. Com a nova divisão, surgiram 36 coordenações regionais em todo o país. O Paraná ficou sem nenhum. O estado conta com cerca de 14 mil índios aldeados, a maioria caingangues e guaranis, mas também são encontrados xetás e xoklengs.

Sem identificação

A Polícia Civil de Londrina não conseguiu identificar, por meio das imagens de câmeras de segurança, os índios que apedrejaram o carro da estudante Érica Pedrão Brito, na madrugada de sábado, na frente da sede da Fundação Nacional do Índio (Funai), que os índios ocuparam por 25 dias, em protesto contra o decreto. Segundo o delegado de Homicídios de Londrina, Paulo Henrique Costa, as imagens estavam muito escuras e não tinham qualidade. Érica segue em estado grave, respira com a ajuda de aparelhos e corre risco de morte.

O delegado informou que, em depoimento, o namorado da estudante, Anderson Batista, disse não ter visto as barreiras. Segundo a vítima, ele só notou a presença dos indígenas quando as pedras e pauladas começaram a atingir o veículo. "Outra vítima, que teve o carro apedrejado no mesmo dia, também relatou que não teria visto a barreira. Eles falaram que não havia cones de sinalização. As vítimas disseram ainda que a rua era muito escura e que tiveram a impressão de que os índios estavam escondidos e atacaram depois que eles bateram nas pedras", disse.

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