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Assim como em São Paulo, o  Uber enfrentou protestos em várias das cidades da América Latina, mas isso não impediu a expansão do aplicativo na região. | Foto: Fernanda Carvalho/Fotos Públicas
Assim como em São Paulo, o Uber enfrentou protestos em várias das cidades da América Latina, mas isso não impediu a expansão do aplicativo na região.| Foto: Foto: Fernanda Carvalho/Fotos Públicas

A Uber Technologies Inc., nome completo da empresa dona do aplicativo de carona compartilhada, triplicou o número de viagens pedidas na América Latina durante os quatro primeiros meses de 2016. Isso faz da região o mercado da companhia que mais cresce no mundo.

Segundo o gerente regional da Uber para a América Latina, Rodrigo Arevalo, a convergência entre o crescimento do uso de smartphones e a má qualidade do transporte público em várias das cidades da região impulsionou a demanda pelo Uber do México à Argentina, com lucros desse último país ajudando a financiar a expansão do aplicativo. Na Europa, o cenário é bem diferente já que o transporte público por lá é mais eficiente.

E o Brasil está destinado a tirar a coroa do México como o país com mais usuários do Uber em toda a região, que tem cerca de 600 milhões de habitantes, neste ano. A aposta é que isso aconteça, segundo Arevalo, porque os motoristas brasileiros estariam ansiosos por complementar a renda colaborando com o aplicativo em meio à recessão vivida no país. A empresa também coloca suas fichas no recém-chegado UberPool – o serviço de carona compartilhada do Uber que começou a operar no Brasil no último mês de abril e consiste em um usuário pedindo um carro e dividindo-o com outros usuários desconhecidos que estejam indo para o mesmo lugar – no potencial, em especial, desse serviço no Rio de Janeiro, a cidade-sede da Olimpíada.

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“Nós estamos apenas na ponta do iceberg”, disse Arevalo em uma entrevista em Cartagena, na Colômbia, na semana passada. “Há muito o que se fazer ainda em termos de acesso [ao Uber], para que estejamos disponíveis para toda a população e sejamos parte de uma solução para os congestionamentos.”

Quatro das dez cidades mais congestionadas no mundo em 2015 são da América Latina, de acordo com um ranking global compilado pela TomTom, empresa líder global em navegação, produtos de trânsito e mapas, por meio de satélites. A Cidade do México está no topo da lista, que também inclui Rio Janeiro, Salvador e Recife, no Brasil.

A Cidade do México é onde o Uber fez sua primeira viagem na América Latina, em 1.º de julho de 2013. Hoje, a companhia opera em 45 cidades em dez países da região, tendo mais de 2 milhões de usuários por semana.

Como em Bogotá e outras cidades da região, a chegada do Uber em Buenos Aires há sete semanas enfrentou protestos de taxistas e estradas bloqueadas. Ao mesmo tempo, o aceitamento por parte dos usuários e motoristas na capital argentina foi mais rápido do que em qualquer outro lugar da América Latina.

Panorama geral

A companhia com sede em São Francisco, nos Estados Unidos, pretende investir US$ 1 bilhão na China, onde enfrenta forte concorrência de uma empresa local, a Didi Chuxing. E o valor não é difícil de ser cumprido, já que, segundo Arevalo, a companhia tem, somente com seus 30 maiores mercados globais, US$ 1 bilhão de lucro todos os anos. “ A América Latina é parte da solução (....) Se a região gerar lucro e sustentar o seu crescimento acelerado de uma maneira vantajosa, esse lucro vai nos ajudar a investir de forma mais agressiva onde nós temos nossas maiores apostas [no futuro], como a China”.

No começo de maio, a Toyota revelou planos de investir na Uber, seguindo o caminho da Volkswagen e da General Motors que investiram nos concorrentes Gett e Lyft, respectivamente. Outros investidores, porém, deverão esperar um IPO do Uber, cuja data vem sendo alvo de muita especulação no mercado financeiro.

“Eu não diria que nós temos planos no futuro próximo de fazer um IPO”, disse Arevalo, ressaltando que a decisão será tomada pelo co-fundador e CEO da Uber,Travis Kalanick, e pelo conselho da companhia.

O próximo alvo da Uber na América Latina é Porto Rico. A companhia também está de olho na Venezuela, mas o ambiente de incertezas econômicas e políticas por lá atualmente impedem qualquer chegada do aplicativo no curto prazo. “ É uma oportunidade imensa. O acesso incipiente à tecnologia e a situação difícil de segurança e economia não facilita nosso entendimento do mercado venezuelano. Nós estamos tentando [entender]. Nossa meta é estar em todo o lugar e, em algum momento, nós também chegaremos lá”, disse Arevalo.

Tradução: Fabiane Ziolla Menezes
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