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O híbrido articulado, batizado de Hibriplus, tem capacidade para 154 passageiros e vai circular na linha Interbairros II, sentido anti-horário. | Divulgação/Volvo do Brasil
O híbrido articulado, batizado de Hibriplus, tem capacidade para 154 passageiros e vai circular na linha Interbairros II, sentido anti-horário.| Foto: Divulgação/Volvo do Brasil

Mais uma etapa do projeto de eletromobilidade, uma parceria entre Volvo do Brasil, prefeitura de Curitiba, o governo sueco e universidades (UTFPR, UFPR, UP e PUCPR), começou nesta sexta-feira (18). Um ônibus hídrido articulado, batizado de Hibriplus, estreia na semana que vem na linha Interbairros II, sentido anti-horário, para um teste de seis meses na capital paranaense. A ideia é que esses testes deem subsídios técnicos sobre como o veículo se comporta em situações reais de transporte numa cidade da América Latina – ou seja, com alto fluxo de passageiros e todas as adversidades de infraestrutura. A intenção é também que os testes mostrem, mais tarde, as reais possibilidades para a fabricação de um biarticulado – configuração “nascida e criada” em Curitiba pela montadora sueca – híbrido. A operação do ônibus durante o período de testes não envolve custos para a cidade ou para os passageiros.

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O híbrido articulado tem capacidade para 154 passageiros e vai circular na linha Interbairros II, sentido anti-horário. Esta linha transporta uma média de 33 mil passageiros por dia e tem 41 quilômetros de extensão. O veículo terá como base de comparação um ônibus articulado movido a diesel, circulando nas mesmas condições de operação.

O híbrido articulado possui tecnologia de emissões Euro 6, o que significa que ele emite até 39% menos CO2 e 50% menos material particulado (fumaça) e NOx (óxidos nocivos à saúde) que os veículos similares Euro 5 movidos à diesel.

Como funciona

O modelo é equipado com dois motores, um elétrico e outro a diesel, que funcionam em paralelo ou de forma independente. Como? O veículo opera em modo 100% elétrico durante as arrancadas e quando está parado nos semáforos ou pontos de embarque e desembarque, momento em que não há emissão de poluentes e ruído.

A bateria do motor elétrico é recarregada durante as frenagens do veículo. Cada vez que se acionam os freios, a energia de desaceleração é utilizada para carregar a bateria. Quando o veículo está parado, seja no trânsito, em pontos de ônibus ou em semáforos, o motor diesel fica desligado.

Segundo a Volvo, a tecnologia híbrida da montadora já está consolidada mundialmente. De 2010, quando começarem a ser produzidos em escala comercial, até hoje, mais de dois mil ônibus já foram vendidos e circulam em 21 países. Curitiba tem, ao todo, desde 2012, 30 veículos de tamanho convencional, batizados de Hibribus, circulando em linhas como Mercês/Guanabara, Água Verde e Detran/Vicente Machado. Já o modelo articulado pode ser visto circulando em cidades como: Budapeste, na Hungria; Hamburgo, na Alemanha; e Sundsvall, na Suécia.

Segundo o presidente internacional da Volvo Bus, Häkan Agnevall, os modelos da empresa tendem a ser mais eficientes que os concorrentes elétricos chineses, que vêm sendo amplamente testados no país. Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Campinas são apenas algumas das cidades que já foram palco desses experimentos. “Em termos de consumo, capacidade de passageiros e viabilidade [técnica, de infraestrutura, e comercial, já que a Volvo tem mais entrada na América do Sul] os ônibus da Volvo são melhores”, atesta.

Nos testes do ônibus da chinesa BYD em Curitiba, por exemplo, constatou-se que o peso do veículos – 19,6 mil quilos, ou duas toneladas a mais que o modelo convencional – pode ser um problema para o padrão de asfalto brasileiro. Por outro lado, o modelo chinês provou ser, após um teste de três meses, 58% mais econômico que o veículo a diesel, além de também oferecer facilidades como wi-fi.

Usuários

Para os passageiros o ganho com o Hibriplus são parecidos aos já obtidos já com o Hibribus: mais conforto, já que o veículo é mais silencioso e oferece ar-condicionado e wi-fi, uma novidade no transporte coletivo de Curitiba. O veículo também tem um mecanismo de segurança, que limita, de forma remota, a velocidade de acordo com o fluxo de pedestres na região onde passa. Mesmo que o motorista acelere, o veículo não ultrapassa a velocidade definida.

A demonstração do híbrido articulado na cidade é a segunda fase do desenvolvimento do projeto de eletromobilidade da Volvo na América Latina. A terceira fase, prevista para iniciar ainda este ano, também em Curitiba, contará com um ônibus que opera no modo elétrico em 70% do tempo, o híbrido elétrico. A primeira fase do projeto foi o início da produção e comercialização do híbrido convencional no Brasil.

Biarticulado

Na terceira fase, prevista para junho deste ano, segundo o presidente da Volvo Bus na América Latina, Luis Carlos Pimenta, a intenção é testar um Hibri “super plus”, ou seja, biarticulado, e também “mais elétrico”, movido pelo menos 70% por eletricidade. Alguns mecanismos e sistemas implantados no articulado já serão base para o biarticulado.

Controvérsia local

Apresentado como o “ônibus do futuro”, o Hibribus – ônibus híbrido de tamanho convencional – foi adquirido pelos operadores do sistema de transporte de Curitiba em 2012. Na época, o modelo já fazia parte do portfólio da montadora sueca e foi adquirido como qualquer outro ônibus, apenas com um contrato mais abrangente de manutenção, por ser uma nova tecnologia. A “inovação” pesou nos custos do sistema e foi apontada como um dos itens que encarece a tarifa pelo relatório do Tribunal de Contas do Estado.

A compra dos modelos exigiu um investimento de R$ 13 milhões. Essa conta foi incluída como uma taxa de risco na tarifa, cujo peso é de 2,07% segundo um estudo do TC. Na tarifa atual, seriam R$ 0,076.

À época, a Volvo disse que no pacote comercializado com Curitiba estavam incluídos, além do chassi, a manutenção do veículo feita por mecânicos especializados e uma garantia da bateria – um dos itens mais caros do modelo.

A diferença daquela época para agora, é que o Hibriplus, o híbrido articulado, ainda é um experimento, portanto terá todas as despesas de testes pagas pela Volvo e parceiros suecos.

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