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A diretora do documentário, Ceyda Torun, afirma que o trabalho é uma espécie de carta de amor aos gatos e à cidade de Istambul, onde ela cresceu. | Kedi/Divulgação
A diretora do documentário, Ceyda Torun, afirma que o trabalho é uma espécie de carta de amor aos gatos e à cidade de Istambul, onde ela cresceu.| Foto: Kedi/Divulgação

Esqueça os bizantinos e os otomanos, os verdadeiros conquistadores de Istambul, na Turquia, são os gatos. Enraizados na história e no dia a dia da cidade, eles são as estrelas de um documentário: Kedi, “gato” em turco. Independentemente se você gosta dos bichanos ou não, é através do olhar de sete deles que o documentário mostra Istambul, a cidade que tem um pé no Ocidente e outro no Oriente.

“Há um mistério, uma imprevisibilidade sobre gatos e Istambul”, disse a diretora do documentário, nascida na cidade, Ceyda Torun, ao site especializado em cidades CityLab. Segundo ela, essa relação entre os bichanos e a cidade tem mais de mil anos.

Parte da explicação para esse DNA felino de Istambul pode estar no fato de ela ter sido, durante muito tempo, um dos principais portos da região. Tanto nos navios que ali chegaram quanto, mais tarde, durante a expansão da cidade com os otomanos e a construção dos primeiros sistemas de esgoto, os gatos mostraram seu valor no controle de roedores e ganharam terreno no coração dos moradores de Istambul.

São ainda do período otomano alguns dos abrigos e portinholas construídas especialmente para os bichanos nos imóveis de Istambul. “Muitas pessoas me disseram que se você é uma verdadeira muçulmana você deve ser uma amante dos animais”, explicou Ceyda ao CityLab, acrescentando que os textos do Islã, religião da maioria dos turcos, incluem histórias sobre o amor do profeta Maomé pelos gatos. Com o crescimento do Istambul, essa relação de amor se manteve, mas com uma população de gatos e outra de humanos muito maiores.

Embora os gatos de rua de Istambul sejam algo muito corriqueiro para os moradores de lá, foi a reação de surpresa dos estrangeiros que chamou a atenção de Ceyda para a ideia do documentário. “Eu cresci em Istambul e acredito que minha infância foi infinitamente menos solitária do que poderia ser se não fosse pelos gatos – e eu não seria a pessoa que sou hoje. Eles eram meus amigos e confidentes e eu senti a falta da presença deles em todas as outras cidades onde vivi. Esse filme é, de várias maneiras, uma carta de amor para esses gatos e para a cidade, que estão mudando de formas imprevisíveis”, diz a diretora numa carta aberta aos fãs do documentário.

No site oficial do filme é possível conhecer cada um dos sete “atores” felinos da produção. Veja o trailler de Kedi, que, por ora, tem participado de festivais na Europa e nos EUA e ainda não tem data para chegar ao Brasil:

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