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| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Organizados pela internet, motorista brasileiros do Uber em parte denunciam condições precárias (“estamos pagando para trabalhar”), mas também consideram que, em época de crise, ganhar pouco pode ser melhor do que não ter nenhuma renda. É o que o estudante universitário Eduardo Marques dos Santos levou em conta. Nesta segunda-feira (28), ele deu entrada na papelada para dirigir um carro do Uber, já sabendo que os valores pagos em Curitiba, pelo UberX, não são altos. Mas vê no trabalho como motorista a chance de custear o financiamento de sua faculdade e de seu veículo.

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O administrador Gustavo Schröder vê com outros olhos. Ele ingressou no Uber depois de perder o emprego na sua área. No primeiro dia fez, em média, R$ 9 por hora, menos do que os R$ 11 que ganhava como advogado. “Depois a conta piorou, meu lucro por hora ficou em R$ 8, só descontando a gasolina, sem incluir despesas com balinhas, água, desvalorizçaão e manutenção [do veículo]”.

Para Schröder, a gota d’água foi sofrer retaliação de taxistas. Ele conta que aceitou uma corrida às 2h50, na última quarta-feira (23), e ao chegar lá viu que se tratava de “uma emboscada”. “Consegui fugir, mas furei sinais vermelhos, quase bati o carro em outro que passava. A partir deste dia, eu não dirigi mais”.

Um motorista de Belo Horizonte, que não quis se identificar, conta que organizou a paralisação na capital mineira, onde a situação está “horrível”. Além da redução da tarifa, ocorrida em novembro, a entrada de muitos carros novos no serviço reduziu o lucro pela metade, conta. “Não saio porque não tenho outa forma de me sustentar. Perdi meu emprego em janeiro (...). Paramos hoje porque eles tiraram os 15% do preço, mas nos 25% deles não mexeram”, reclama, em referência à taxa de administração do sistema cobrada pela modalidade UberX. No UberBlack, versão de luxo, 20% do valor da corrida fica com o aplicativo.

O Uber também reduziu suas tarifas na América do Norte, onde enfrenta a concorrência de outros aplicativos, como o Lyft. Segundo a agência de notícias econômicas Bloomberg, o corte atingiu mais de 100 cidades dos Estados Unidos e do Canadá, e varia entre 10% e 45%. Em Nova York, onde a redução foi de 15%, houve protesto de motoristas no aeroporto de LaGuardia. Segundo a NewYorker, as palavras de ordem variavam entre “vergonha” e “quem trabalha para o Uber é escravo”, entre outras.

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