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O governo brasileiro doou US$ 1 milhão ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), passando a integrar o grupo de países que apoiam financeiramente a entidade de assistência humanitária na proteção às vítimas dos conflitos armados e de outras situações de violência.

Segundo o chefe da delegação do CICV para a Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, Felipe Donoso, a doação foi feita durante o encontro do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, com o presidente da entidade, Jakob Kellenberg, no último dia 13, em Genebra, na Suíça. Por meio de sua assessoria, o Itamaraty confirmou a doação.

Donoso atribuiu a "boa notícia" à maior projeção do país no cenário internacional. Recentemente, a revista britânica The Economist, uma das publicações de maior prestígio mundial, noticiou que o Brasil já se tornou um dos maiores doadores internacionais para projetos de caráter humanitário ou desenvolvimentista, seja por meio de programas como os da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Desenvolvimento (Pnud) ou de Alimentos e Agricultura (FAO), seja por meio da participação em iniciativas como a Missão de Paz no Haiti.

"Com a maior presença no cenário internacional, o papel do Brasil em termos de assuntos humanitários tem que crescer e o país terá que participar cada vez mais dos esforços internacionais para reduzir as consequências dos conflitos armados [exitentes em várias partes do mundo]", comentou Donoso, ao participar ontem (25), em São Paulo, da abertura de um curso para estudantes de jornalismo sobre Direito Internacional Humanitário.

O CICV já mantém no Brasil acordos de cooperação não-financeiros não só com o governo federal - que, entre outras ações, participou da operação de resgate de reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) coordenado pela entidade - como também com diversos governos estaduais, como os de São Paulo e o do Rio de Janeiro, a quem oferece, entre outras coisas, cursos de capacitação em direitos humanos a policiais.

Com um orçamento anual estimado em cerca de US$ 1 bilhão, o CICV atua sobretudo em países onde haja conflitos armados deflagrados ou onde a dignidade humana esteja ameaçada. Em todo o mundo, a entidade conta com cerca de 100 milhões de colaboradores dispostos a atuar também em casos de catástrofes ambientais.

De acordo com Donoso, nas últimas décadas o CICV vem atuando também em locais onde novos tipos de conflitos armados têm produzido entre as populações consequências semelhantes às das guerras tradicionais, caso do México, da Guatemala e do Rio de Janeiro, cidades às voltas com a disputa entre facções criminosas pelo domínio do narcotráfico, combatido pelo Estado. Na capital fluminense, a entidade já presta assistência aos moradores de sete comunidades que, para Donoso, são "representativas dos efeitos destes novos conflitos".

"Ali os serviços públicos não chegam e as populações são psicologicamente afetadas pela situação. Estamos tentando aplicar nestas comunidades certas técnicas de assistência às vítimas de conflitos armadas, que já vem de décadas", afirmou Donoso. Ele destacaou que todo o trabalho realizado nestas localidades são executados em parceria com instituições brasileiras.

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