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O armamento pesado em poder de traficantes de drogas torna cada vez mais violentas as guerras entre quadrilhas rivais.

Desde o início do ano, a Polícia Civil do Rio já tinha avisado a Secretaria de Segurança que o traficante Fabiano Atanásio da Silva estava armando sua quadrilha para tomar pontos de vendas de drogas na cidade.

Segundo os investigadores, foi dele a ordem para a invasão do Morro dos Macacos no sábado (17), na Zona Norte do Rio. Até esta terça-feira (20), 25 pessoas morreram e um helicóptero da polícia foi derrubado.

Foram quase doze horas de tiroteio com armas de guerra nas mãos dos bandidos. Como eles conseguem esse armamento?

Gravações feitas pela polícia com autorização da Justiça mostram o traficante Fabiano Atanásio conversando com Antônio Jorge Gonçalvez, um dos maiores traficantes de armas do Rio, preso em julho.

Fabiano fazia encomendas por telefone, numa espécie de "disque-armas" do crime. A facilidade é tão grande que Fabiano escolhe o modelo de arma que deseja empunhar.

Fabiano: Francamente, hein?

Antônio: Não, parceiro. Fica tranquilo que brevemente vou deixar um bagulho ali contigo ali.

F: Pô, manda um verdinho daquela pra mim, cara! Pô, mandou vários verdinhos daquele.

A: Qual verdinho que você tá falando?

F: O austríaco.

A: Ah, aquele é o REM, cara.

F: HG 600. Aquele que vem com acrílico atrás. Na coronha.

"Essas armas são capazes de derrubar aeronaves, são armas modernas, símbolos de destaque", afirmou Rodrigo Pimentel, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Traficante reclama

Em outro ponto da gravação, Fabiano reclama que o traficante não fez a troca do cano de alguns fuzis para que ele pudesse usar munição que já possui, do tipo 762, a mesma usada pelo Exército Brasileiro.

Antônio: Tô desenrolando isso daí. Cinco. Pra deixar contigo aí, cara.

F: Pô, demorou cara.

A: E tô com nove daqueles "grandão"

F: Sei, sei, sei.

A: O cara tinha garantido que tinha adaptado ele pra 762. Só que eu trouxe ele aí na situação, a gente foi ver lá.

F: É, mas aí não fez não. Não adaptou não. R$ 60 mil por fuzil

E a preocupação de Fabiano com a munição é evidente. Ao concordar pagar R$ 60 mil por um só fuzil, ele exige mais carregadores, para poder atirar mais sem parar.

Antônio: Pediu 60, cara nele. Fala.

Fabiano: Qual?

A: Esse daí austríaco...

F: Sei, sei. Tá pedindo quanto setenta?

A: Sessenta cara.

F: Então, mais aí veja bem mano: se você me garantir que vai me dar com os pentes, eu pago, entendeu mano?

A: Não, mano.

F: Eu paguei um (AK) 47 aqui com dez pentes. Paguei esse valor aí, com dez pentes.

Enterro de PM

Nesta terça foi enterrado o terceiro policial que morreu em consequência da queda da aeronave. O cabo Izo Patrício teve 96% do corpo queimados e não resistiu.

Pela manhã, o comando da Polícia Militar pediu desculpas às famílias dos três jovens que morreram vítimas dos criminosos no Morro dos Macacos e que foram inicialmente considerados criminosos.

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