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Com o metrô parado, São Paulo registrou congestionamento recorde pela manhã: 249 quilômetros | Alex Silva/ AE
Com o metrô parado, São Paulo registrou congestionamento recorde pela manhã: 249 quilômetros| Foto: Alex Silva/ AE

Ferroviários seguem parados em cinco capitais

Funcionários da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em cinco estados prosseguem com a greve iniciada na semana passada. Segundo o presidente da Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro), Paulo Pasin, que representa os sindicatos dos funcionários ligados à CBTU, a paralisação por tempo indeterminado interrompe o transporte de passageiros em Belo Horizonte, João Pessoa, Maceió, Natal e Recife.

Na última semana, os grevistas se reuniram com a CBTU para tentar um acordo, mas a empresa manteve a posição de não mexer nos salários. Os trabalhadores pedem um reajuste salarial que reponha as perdas de 2011, além de benefícios como plano de saúde integral. Sem acordo entre as partes, as negociações podem ir a dissídio no Tribunal Superior do Trabalho.

Bahia

Rodoviários ignoram Justiça e cruzam os braços

Salvador, a terceira cidade mais populosa do país, amanheceu sem transporte público ontem. Contrariando decisão da Justiça baiana, que determinava a circulação de pelo menos 60% da frota de ônibus nos horários de pico e de 40% no restante do dia, em caso de greve, os rodoviários tiraram todos os veículos das ruas ontem. A multa prevista pela Justiça para o descumprimento da norma é de R$ 50 mil por dia. "Não temos como controlar isso", justificou o vice-presidente do Sindicato dos Rodoviários, Euvaldo Alves. Eles reivindicam reajuste salarial de 14%, plano de saúde e aumento do valor dos tíquetes de alimentação de R$ 10,60 para R$ 12.

Agência Estado

  • Mesmo ao fim da greve, o tumulto continuou: passageiros pularam catracas em estação do metrô

A cidade de São Paulo viveu um dia caótico ontem por causa de uma greve dos metroviários que durou cerca de 14 horas. O índice de congestionamento bateu recorde e chegou a 249 quilômetro às 10 horas. Houve confronto entre policiais militares e passageiros, revoltados com a falta de transporte. Cerca de 5 milhões de pessoas tiveram a locomoção prejudicada. Somente no final da tarde, os grevistas decidiram aceitar a proposta de 6,17% feita pela companhia e encerraram a paralisação.

Ainda pela manhã, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse que a greve era política e relacionou o movimento com o calendário eleitoral. "No ano passado, não teve eleição e não teve nenhuma greve. Este ano tem eleição, tem greve. Será que é só coincidência?", questionou.

O governador também afirmou ser grave o "descumprimento de ordem judicial" com a determinação de que 100% da frota circulasse no horário de pico do sistema e 85% no restante do dia. "Determinaram uma greve totalmente absurda. Um grupelho irresponsável", completou. O prefeito Gilberto Kassab (PSD) concordou com Alckmin. "É lamentável os paulistanos pagarem um preço tão alto", disse.

O Sindicato dos Metro­viários comemorou a paralisação. "Realizamos uma das maiores greves dos últimos anos, com ampla adesão de todo o quadro de funcionários", disse Altino de Melo Prazeres Júnior, presidente da entidade.

Inicialmente, o Metrô oferecia 4,65% de reajuste. A categoria pedia 20,12% de aumento. Depois de todo o caos da manhã, as partes chegaram ao consenso em uma reunião de conciliação realizada pela Justiça do Trabalho. De acordo com o sindicato, o Metrô se comprometeu a não descontar o ponto dos funcionários que aderiram à greve.

Por toda a cidade, os pontos de ônibus ficaram lotados. O clima ficou tenso na região da Estação Corinthians-Itaquera. Passageiros bloquearam a Avenida Radial Leste e furaram pneus de um ônibus que passava pelo local. A Tropa de Choque da PM dispersou os manifestantes com bombas de efeito moral e balas de borracha. Duas pessoas foram presas e uma mulher se feriu. No Jabaquara, na Região Sul, manifestantes queimaram jornais e papelões e tentaram forçar a porta de entrada da estação. À noite, mais confusão. Mesmo com o fim da greve, passageios pularam as catracas em algumas estações de metrô.

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