A manifestação do Grito dos Excluídos reuniu ontem cerca de 400 pessoas no aterro da Caximba, em Curitiba. Segundo o militante da Assembleia Popular Pedro Carrano, o local foi escolhido porque o lixo envolveu durante todo o ano diversas comunidades que discutiram o modelo ideal de aterro e as consequências da geração do lixo. "É um problema que Curitiba está discutindo e que todas as cidades brasileiras terão de repensar. O Grito faz parte de uma reflexão nacional, por isso contamos com a participação popular", diz Pedro.
Os manifestantes se concentraram na comunidade Nossa Senhora do Rocio, perto ao aterro, das 8h30 ao meio-dia. O evento acontece há 15 anos, sempre no dia 7 de Setembro, em áreas onde as pessoas buscam igualdades sociais ou soluções para problemas coletivos. Este ano, o Grito contou com a participação do movimento estudantil, que pediu a abertura dos arquivos da ditadura militar. Além de falar do problema do lixo, os militantes abordaram ainda as lutas dos povos indígenas, a crise financeira internacional e o extermínio da juventude pela violência e as drogas.
Pelo país
Em Recife, 5 mil pessoas representando 50 entidades e movimentos sociais foram ontem ao Grito dos Excluídos, que contou com o reforço do arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido. Índios, movimentos negros, menores de rua, movimento gay engrossaram as fileiras da manifestação, que contou com faixas isoladas contra a corrupção no Senado e pedindo a saída do presidente José Sarney (PMDB-MA).
Em São Paulo, enquanto se dispersava a multidão que esteve no Sambódromo do Anhembi para assistir ao desfile da Independência, um grupo de 500 pessoas protestava pedindo a construção de casas populares. A manifestação tinha a intenção de levar as reivindicações da população às autoridades presentes no desfile.
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