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O "ritual" ocorrido dentro da Penitenciária Estadual de Piraquara I (PEP-I) – em que detentos membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) bradam o grito de guerra da facção criminosa, durante o banho de sol – já não está mais sendo realizado na unidade prisional. A informação é do coordenador do Departamento Penitenciário (Depen), Cezinando Paredes. Na quinta-feira (16), a Gazeta do Povo publicou quatro vídeos gravados por agentes penitenciários, em que presos gritam palavras de ordem, em apologia ao PCC.

"Isso [o grito de guerra do PCC] não é comum nas unidades prisionais do Paraná. Aconteceu em uma das unidades em épocas anteriores. Eles [os presos] podem dar as mãos para algum culto religioso, mas não para fazer apologia ao crime. Se isso estava acontecendo, não vai mais acontecer", disse Paredes.

De acordo com o coordenador do Depen no Paraná, os gritos de guerra de facções criminosas serão reprimidos e os presos que participarem do ato podem ser punidos, de acordo com a Lei de Execuções Penais. "Nós jamais vamos permitir qualquer tipo de situação que vá elevar o nome de qualquer facção. Nós temos o controle", ressaltou.

O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen) reiterou que os vídeos foram gravados há menos de um mês e disse que os agentes não receberam qualquer normativa do Depen, orientando-os a reprimir o grito de guerra do PCC.

O avanço do PCC

Além dos vídeos, a Gazeta do Povo também publicou uma série de fotos feitas por agentes penitenciárias, que evidenciam a presença do PCC no Paraná. Os presos "faccionados" grafam as portas das celas com a sigla do grupo criminoso. Segundo o Sindarspen, nos últimos dois meses aumentaram as apreensões de "estoques" (armas improvisadas a partir de pedaços de ferro), serras, celulares e drogas, dentro dos presídios.

Nos últimos dois meses, seis unidades prisionais do Paraná sofreram motins, com agentes penitenciários tomados como reféns. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) disse que as rebeliões não foram coordenadas pelo PCC, mas, principalmente, por presos que reivindicavam transferência para perto da residência de seus familiares. Nesta sexta-feira (17), a Secretaria de Estado de Justiça (Seju) divulgou nota reiterando que as ocorrências foram causadas pelo pedido de remoção de presos para outros presídios.

"Tanto é que negociamos e autorizamos essas transferências, que são um direito desses presos, e tudo se resolveu, sem deixar um único ferido", disse Paredes.

A nota da Seju também informou que 423 agentes penitenciários devem ser contratados até março deste ano. O diretor-geral da Seju, Leonildo Grota também encaminhou pedido para que o governo contrate mais profissionais. Segundo a Secretaria, o Paraná tem hoje 3,5 mil agentes para 18 mil presos, o que daria uma média de 5 presos por agente, em conformidade com orientação do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, do Ministério da Justiça.

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