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PF entra em presídio no Rio: operação mostrou ligação entre facções criminosas | Pedro Teixeira/Futura Press
PF entra em presídio no Rio: operação mostrou ligação entre facções criminosas| Foto: Pedro Teixeira/Futura Press

Rio de Janeiro - A Polícia Federal prendeu 13 pessoas, entre a noite de quarta-feira e a tarde de ontem, acusadas de controlar o tráfico de drogas e armas de dentro de presídios no Rio de Janeiro. Entre os mandados cumpridos dentro da Operação Patente estavam os de cinco detentos que pertencem ao grupo criminoso Comando Vermelho e que atuavam dentro das unidades prisionais. Os mandados foram entregues diretamente nos presídios. Segundo o delegado Enrico Zambrotti, o bando era capaz de traficar 15 fuzis quinzenalmente, além de pistolas, carregadores de fuzis, munição e drogas.

As prisões podem comprovar a ligação entre os grupos criminosos Comando Vermelho, do Rio, e Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo. Ontem foi preso o integrante do PCC Benedito Ramos, segundo a polícia o responsável pela logística de transporte de armas e drogas do Pa­­raguai. Ele foi preso no Aeroporto Tom Jobim, no Rio, quando chegava para uma reunião da quadrilha. No restaurante onde o grupo se encontraria foi preso Lenildo da Silva Rocha, acusado de liderar a quadrilha. Ele comandava o bando de dentro do Complexo de Bangu, onde cumpriu pena por tráfico, e estava solto havia dez dias. A advogada de Rocha, Eunice Fábio dos Santos, também foi presa no restaurante.

Escritórios do crime

As buscas foram concentradas em quatro presídios do Rio, de onde os presos comandariam um esquema com conexões no Paraguai e no Mato Grosso do Sul. Os policiais visitaram os presídios Ary Franco, Jorge Santana, Vicente Piragibe e Ga­­briel Castilho. Segundo a PF, os presos faziam das celas verdadeiros escritórios do crime, determinando todos os passos de seus comparsas em liberdade e até negociavam propinas oferecidas a policiais paraguaios.

A PF informou que as armas eram compradas na cidade paraguaia de Capitán Bado, e atravessavam a fronteira até a cidade de Coronel Sapucaia, em Mato Gros­so do Sul. De lá, eram escondidas em fundos falsos de caminhões e carros e revendidas em favelas da Baixada Fluminense ou de São Paulo, ou usadas pela própria quadrilha. O transporte de drogas e armas era feito por uma empresa de transporte de cargas localizada no Rio, de propriedade de Luciano de Azevedo Ananias, que também foi preso.

O delegado da PF Enrico Zam­brotti afirmou que a quadrilha faturava cerca de R$ 1 milhão por mês. "A coordenação das atividades ilícitas era feita por presidiários ligados à facção criminosa Comando Vermelho, que tinha um elo direto com o PCC, em São Paulo’’, afirmou. Durante a operação a polícia apreendeu 140 kg de maconha, 300 embalagens com cocaína, 13 pistolas e uma submetralhadora, alem de carregadores e munições. Três pessoas estão foragidas, entre elas um paraguaio.

Casos recentes indicam que é comum presos praticarem crimes. Em março, o vice-presidente da República, José Alencar, foi vítima do golpe do falso sequestro feito por detentos do Presídio Plácido de Sá Carvalho, em Bangu. Ele negociou com os bandidos até a descoberta da farsa. Em julho do ano passado, Diego Nascimento da Silva e dois comparsas foram flagrados fazendo uma média de mil ligações por dia, dentro do mesmo complexo penitenciário, para aplicar o chamado disque-extorsão.

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