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Onofre Manoel era coordenador do Cristma na Arquidiocese de Maringá | Arquivo da família
Onofre Manoel era coordenador do Cristma na Arquidiocese de Maringá| Foto: Arquivo da família

Onofre Manoel foi um homem de duas vidas. A primeira delas começou em 1937, no município de Divino (MG). Com apenas sete anos, já trabalhava no campo e ajudava a mãe a criar os três irmãos. Na juventude, resolveu deixar a terra natal, se mudando para o Paraná em 1961. Em Maringá, constituiu família, trabalhou como motorista durante 45 anos, além de ter atuado por mais de duas décadas como ministro da Eucaristia na Paróquia Sagrado Coração.

Aos 45 anos, começou o que ele mesmo chamou de caminho para a ruína. Se tornou alcoólatra e passava as noites participando de jogatinas. Em meio as brigas com a família, viu um filho se envolver com as drogas. Durante a crise, foi aconselhado a participar de uma reunião do Cristma, um grupo ligado a Igreja Católica e que atua na recuperação e apoio aos dependentes químicos e seus familiares.

A sigla Cristma vem da palavra inglesa Christmas, que significa Natal, ou seja, nascimento. Foi neste grupo, que Onofre encontrou a oportunidade de começar uma nova vida. Se tornou abstêmio e também ajudou o filho a deixar os vícios. Percebeu que ao lutar contra o alcoolismo também poderia ajudar outras pessoas, decidindo seguir o trabalho voluntário.

Em 1997, se tornou coordenador do Cristma na Arquidiocese de Maringá, ajudando a levar o projeto para outras paróquias do município e para mais 11 cidades da região, atendendo centenas de pessoas.

"O maior prazer dele era fazer o trabalho pelo Cristma. Levantava de madrugada para conversar com dependentes químicos, visitava famílias com problemas, organizava festas pra crianças", lembra a filha Marinete. Nos últimos meses, mesmo doente e sem poder participar das reuniões, continuava aconselhando as pessoas por telefone.

No site do movimento, deixou um depoimento onde explicou porque resolveu se dedicar ao trabalho voluntário : "Busco efetivamente ajudar outras famílias, que sofrem com o álcool e drogas, pois relembro da dor e das lágrimas de minha família". Deixa esposa, seis filhos, 11 netos e quatro bisnetos. Dia 1º de outubro, em Maringá, aos 75 anos, de complicações causadas por câncer na próstata.

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