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Com a mudança no relógio, a luz do Sol deve diminuir uso de iluminação artificial | Daniel Castellano/ Agência de Notícias Gazeta do Povo
Com a mudança no relógio, a luz do Sol deve diminuir uso de iluminação artificial| Foto: Daniel Castellano/ Agência de Notícias Gazeta do Povo

O próximo domingo terá uma hora a menos. Isso porque, quando chegar meia-noite de sábado (19) para domingo, os relógios deverão ser adiantados em 1 hora, quando começa o Horário de Verão. Neste ano, estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste ficarão com o relógio adiantado até o dia 16 de fevereiro de 2014, totalizando 119 dias.

A medida, de acordo com a Companhia Paranaense de Energia (Copel), deve evitar o acionamento das usinas térmicas, fazendo com que haja uma redução de até 5% nos níveis máximos de demanda por energia elétrica no horário de pico. Isso equivale ao consumo de uma cidade com o tamanho de Ponta Grossa, por exemplo.

A lógica da economia é simples. Como o Sol ilumina a cidade por mais tempo, as pessoas tendem a usar menos a energia artificial quando voltam para casa, por volta das 18h, horário em que a indústria e o comércio continuam trabalhando. Quando o Sol se põe e as pessoas começam a ligar as luzes, o setor industrial já diminuiu sua demanda. O resultado é o fim da "coincidência" de uso de energia.

"Com um sistema menos carregado, há mais agilidade e flexibilidade operacional para atender a eventualidades causadas pelos temporais de fim de tarde que tipicamente acontecem durante o verão", acrescenta o gerente de operação em tempo real da Copel, Nelson Cuquel. Além disso, há benefício para o meio ambiente, já que as usinas térmicas não precisam queimar combustíveis para gerar energia.

Adaptação

Por mais que muita gente goste da maior presença do Sol durante o dia, para muitos, a adaptação é difícil. A tese de doutorado do professor Manoel Carlos Toth Quintilham, do departamento de biologia celular da Universidade Federal do Paraná (UFPR), analisou cerca de 400 estudantes ao longo de quatro anos e comprovou isso.

"Na média geral, todos os estudados começaram a acordar mais tarde e alguns apresentaram traços de mais irritabilidade, ansiedade e sonolência logo após a transição", comenta o professor. Em vez de reduzirem o tempo de sono, os alunos começaram a se atrasar mais para dormir o mesmo que dormiam no horário normal. "Quem mais sofre é o trabalhador que tem um horário fixo e não pode se atrasar. Se não há flexibilidade no horário, a pessoa acaba dormindo menos", comenta.

A recomendação de Quintilham, que admite também ter problemas para se adaptar à mudança no relógio, é teoricamente simples: tentar manter as horas de sono. "O relógio biológico é controlado pela luz que bate na retina, o estímulo mais forte que temos para determinar se acordamos ou se vamos dormir. Se precisamos acordar mais cedo, o ideal é dormirmos mais cedo", aconselha.

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