São Paulo - O Instituto Médico-Legal (IML) de Goiânia informou que a perícia realizada no corpo do pedreiro Admar Jesus da Silva constatou "morte por asfixia". Ele foi encontrado morto no domingo na cela onde estava preso na Delegacia de Repressão a Narcóticos (Denarc). Ainda será necessário aguardar novos exames para confirmar a hipótese de suicídio. O pedreiro era acusado de matar, entre dezembro e janeiro, seis jovens em Luziânia, no interior de Goiás.
Segundo informações do IML, não havia no corpo do pedreiro marcas de perfuração. Além disso, o exame toxicológico não constatou a ingestão de nenhuma substância. O laudo oficial deve ficar pronto em dez dias e o corpo deve ser liberado para a família em dois ou três dias.
Os quatro presos que estavam na carceragem da delegacia onde o pedreiro Admar da Silva foi encontrado morto também prestaram depoimento à Corregedoria da Polícia Civil e relataram ter ouvido o detento cortar tiras de pano antes da morte. De acordo com a polícia, o pedreiro se enforcou com tiras arrancadas do forro de um colchão em uma cela individual da Denarc, onde estava desde que confessou ter matado os seis jovens.
Segundo o corregedor Sidney Costa de Souza, responsável pelas investigações, um dos presos afirmou que chegou a perguntar a Silva se ele pretendia se matar e que ele respondeu que não apesar de estarem na mesma carceragem, Admar estava em uma cela separada.
Souza afirmou que os dois policiais que estavam de plantão no local também serão ouvidos, mas apenas na tarde de hoje. Ele acrescentou ainda que vai analisar as imagens captadas pelas câmeras de segurança localizadas no interior na delegacia. Apesar disso, ele ressaltou que não havia nenhuma localizada na carceragem. Para o corregedor, até o momento não há indícios que apontem para um crime no local.
Investigação
A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) defendeu a continuidade da apuração das responsabilidades do juiz que concedeu a liberdade condicional a Adimar da Silva após cumprir quatro anos de uma pena de 14 anos por abuso sexual de menores, em Brasília e da psiquiatra forense que elaborou laudo dando condições ao livramento. Também disse ser necessário ouvir a promotora de Justiça que se posicionou contra a progressão de pena.
Para a senadora, os depoimentos são necessários não só para evitar que episódios do gênero se repitam, mas também para encontrar alternativas para o monitoramento de condenados por crimes sexuais, que podem ser beneficiados pela progressão de pena com regime semi-aberto ou livramento condicional.
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