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Equipamento de tomografia fabricado pela General Electric na cidade de Contagem (MG): empresa é a segunda maior do mundo em produção de aparelhos médicos | Frederico Haikal/Jornal Hoje Em Dia
Equipamento de tomografia fabricado pela General Electric na cidade de Contagem (MG): empresa é a segunda maior do mundo em produção de aparelhos médicos| Foto: Frederico Haikal/Jornal Hoje Em Dia

O Brasil já é o segundo maior produtor de equipamentos e tecnologia médica entre os países emergentes. A constatação é da Organização Mundial da Saúde (OMS), que publicou ontem seu primeiro levantamento sobre o setor. Empresas do país venderam, em 2009, US$ 2,6 bilhões. O volume só foi superado pela China. A OMS lembra que, desde a criação de esgotos fechados ou do raio X, a medicina tem sofrido uma importante revolução. Hoje, a indústria da tecnologia médica é vista como uma das esperanças para salvar vidas e garantir que populações mais carentes tenham acesso à saúde. Se muitos dos equipamentos são caros e acessíveis apenas aos países mais ricos ou clínicas privadas, a inovação na medicina também significa a criação de instrumentos baratos e eficientes para o diagnóstico de doenças e tratamento. "A indústria de aparelhos médicos tem em suas mãos a grande promessa para a saúde pública", afirmou Marga­­ret Chan, diretora da OMS.

O levantamento deixa claro que o controle sobre esse setor da medicina está nas mãos dos países ricos. Europa e Estados Unidos vendem quatro a cada cinco aparelhos comercializados no mundo, num mercado anual de US$ 210 bilhões. Só os EUA ven­­dem, por ano, US$ 91,3 bi­­lhões, 40% de todo o mercado de equipamentos médicos. O Japão vem em segundo lugar, com US$ 22,7 bilhões, seguido pela Alemanha com US$ 18 bilhões.

Pelo levantamento, a maior empresa do mundo no setor é a Johnson & Johnson, com vendas de US$ 23,2 bilhões, seguida pela também americana GE, com US$ 17 bilhões. A alemã Siemens vem na terceira colocação, com US$ 15 bilhões. Mas das 30 maiores empresas do mundo no setor médico, 19 são americanas.

Comércio

A OMS destaca que, pela primeira vez, países emergentes surgem como atores desse comércio. A China vem em primeiro lugar, com vendas em 2009 de US$ 6,1 bilhões, e já superando tradicionais fabricantes de tecnologia médica como a Suíça ou a Itália. Os chineses têm 2,7% do mercado global e 28% de tudo o que os emergentes vendem.

Já as vendas brasileiras superam as da Índia, que, nos últimos anos, tem sido um dos centros da inovação e do setor de saúde. Para a OMS, investimentos nacionais em hospitais e indústrias competitivas no Brasil para exportar serão os principais fatores que podem desenvolver o setor no país nos próximos anos. Apesar das vendas, o Brasil ocupou apenas 1% do mercado global em 2009.

Chan, porém, alerta que o desafio é o de fazer chegar essa tecnologia às camadas mais pobres. "Os benefícios da tecnologia ainda estão sendo distribuídos de forma injusta", alertou. O mercado avaliado pela OMS inclui mais de 10 mil aparelhos e tecnologias disponíveis vendidos por 27 mil empresas do setor. Mas, a conclusão é de que apenas uma parcela da população mundial tem acesso a essas tecnologias.

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