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Amanda Rossi foi encontrada morta dentro do campus da Unopar | Roberto Custódio/JL
Amanda Rossi foi encontrada morta dentro do campus da Unopar| Foto: Roberto Custódio/JL

Diretor-geral do IML no Paraná diz que meta da ABML é impossível

O diretor-geral do Instituto Médico Legal (IML) no Paraná, Hélio Bonetto, considera que a meta estipulada pela Associação Brasileira de Medicina Legal (ABML), de 1 médico legista para cada 50 mil habitantes, é impossível.

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A falta de médicos não é o único problema dos IMLs do Paraná. Em alguns não há motoristas, computadores e geladeiras. Em União da Vitória, na Região Sul, a única auxiliar de necropsia trabalha voluntariamente e o prédio não tem câmaras frias. "Já tivemos caso de quase enterrarem uma vítima como indigente pois não podíamos esperar a família de um desaparecido chegar para o reconhecimento por causa do forte cheiro", conta o médico Carlos Eduardo Ferrari, responsável pelo instituto na cidade. O caso foi resolvido com a ajuda de um papiloscopista da Polícia Civil, que fez o reconhecimento por impressão digital.

Em Paranaguá, no litoral, o único computador do posto não tem impressora. Os funcionários usam equipamento das funerárias ou preenchem guias à mão. Recentemente, quando a única viatura do IML passou 20 dias no conserto, as próprias funerárias transportavam os corpos para a necropsia.

Em Paranavaí, no Noroeste, o IML não tem mesa para necropsia. O exame tem que ser feito em uma faculdade ou nas funerárias. Se precisarem de câmara fria, o corpo tem que ser levado até Maringá, a 70 quilômetros.

Em Maringá, também no Noroeste, uma única auxiliar administrativa cuida do atendimento ao público. Os laudos demoram 30 dias, o triplo do normal. Mesmo assim, ainda é mais rápido do que em Umuarama, também no Noroeste, onde o atraso vai de 90 a 100 dias. "Se eu for fazer só o meu trabalho, isso pára", diz um funcionário que não quis ser identificado. Para trabalhar, ele usa um computador pessoal.

Em Umuarama, Pato Branco e Guarapuava, o único motorista do posto não dá expediente. Ele fica de sobreaviso 24 horas para atender ocorrências com a única viatura. "Como a região é muito grande e só há uma viatura, fica difícil sair de uma ocorrência e ir a outra", comenta a auxiliar administrativa Lidiane Lourenço, de Guarapuava. Em Londrina, há veículos, mas não há motoristas. "De nada adianta termos três viaturas, se só temos apenas um motorista para cumprir plantão", afirma Fernando Piccini, diretor do IML.

Em Toledo, no Sudoeste, nem motorista contratado há no IML. Os auxiliares recolhem os corpos. Mesma situação de Campo Mourão, no Noroeste, onde o próprio diretor do instituto, Milton Scheibel, é obrigado a dirigir o veículo e a contar com a boa vontade das pessoas para recolher os corpos. "Sou obrigado a pedir a gentileza aos curiosos", diz. Scheibel ainda comenta que enfrenta problemas quando atende mortes por arma de fogo por conta da falta um aparelho de raio X. "Somos obrigados a adivinhar e procurar com as mãos a trajetória do tiro", conta.

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