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| Foto: Divulgação/Sesp

Desde o começo deste ano, as unidades da Polícia Civil que investigam crimes contra o patrimônio (Delegacia de Furtos e Roubos; Furtos e Roubos de Veículos; Estelionato; e Desvio de Cargas) em Curitiba contam com uma ferramenta nova. Ela parece muito simples em tempos digitais, mas até então nenhuma polícia do estado possuía. É um software no melhor estilo CSI, capaz de ligar a composição de um retrato falado computadorizado ao banco de dados de pessoas registradas pela Polícia Civil ou pelo Departamento de Execução Penal (Depen) do Paraná. As duas instituições têm bancos de imagens que, somados, passam de 78 mil fotografias de suspeitos.

Vídeo: Tecnologia contra o crime

O programa, chamado de CaseBoard, foi cedido, por tempo indeterminado, pela empresa 4sec Global, sediada em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, à Divisão de Crimes Contra o Patrimônio em janeiro. De acordo com o delegado titular da Divisão, Francisco Caricati, a Celepar tem analisado a possibilidade de implantação na Polícia Civil inteira.

O novo sistema permite, assim que o retrato falado estiver pronto, um início de investigação mais robusto, principalmente, se, nos casos de furtos e roubos, câmeras de baixa qualidade não colaborarem.

“Havia uma lacuna na polícia com falta de boas filmagens. Precisávamos de um meio para corrigir isso. O programa capta rostos parecidos. É novo, vem sendo aperfeiçoado pela empresa, que tem auxiliado a polícia na solução dos crimes”, afirmou o delegado Caricati.

Por isso, a descrição dos suspeitos feita pelas vítimas tem sido considerada fundamental para o começo das investigações. O motivo é que, assim que o retrato falado é feito no computador, o investigador o coloca no CaseBoard e escolhe a taxa de semelhança entre 0% e 100% com fotos de suspeitos.

É possível buscar, por exemplo, imagens de pessoas com 70% de semelhança com o retrato, ferramenta que ajuda muito para diminuir o número de suspeitos por características físicas. Logo após o resultado da busca, verifica-se também se o histórico dos suspeitos corresponde ao tipo de crime que está sendo investigado. Mas nem sempre a semelhança física é suficiente para se chegar ao criminoso. O restante da investigação, que envolve, por exemplo, o reconhecimento pessoal das vítimas, precisará corroborar este elemento.

O trabalho feito pelas unidades que apuram os crimes contra o patrimônio já teve alguns resultados. Não há estatística ainda sobre detidos em razão da nova ferramenta. Mas, por exemplo, dois dos quatro autores do assalto à uma rede de hamburguerias famosa em Curitiba e outras cidades, no bairro Cabral, em abril, foram presos somente após ter o retrato falado feito e comparado com fotos de suspeitos que estavam no banco de dados.

Importância do retrato falado

Atualmente, três investigadores estão capacitados para usar o sistema de retrato falado de computador da Polícia Civil, o Hórus. Esse programa, que está agora integrado ao CaseBoard, foi disponibilizado pela Polícia Federal há alguns anos. A investigadora da Delegacia de Furtos e Roubos, Daiane Zanon, é uma das especialistas em retrato falado. De acordo com ela, os desenhos podem levar entre duas e quatro horas, dependendo da memória da vítima ou da testemunha.

“A vítima tem que estar tranquila fazendo o retrato falado. Por isso demora. Mesmo com o momento traumático, ela tem condições de lembrar do rosto. Quanto mais calma na hora, mais qualidade na hora do retrato”, comentou.

A composição de retrato falado por computador é feita com base em centenas de rostos comuns já armazenados. É possível ir modificando cada um deles, incluindo boca, nariz, cabelo, chapéu, aumentando ou diminuindo cada parte do rosto.

Tecnologia contra o crime

Ao estilo CSI, Polícia Civil tem usado software paranaense para tentar localizar suspeitos de furto e roubo.

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