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| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Um protesto de policiais em solidariedade ao delegado Rubens Recalcatti, suspeito de ter participado de uma suposta execução ocorrida em Rio Branco do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), ocorre na manhã desta quarta-feira (21) na área da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), na Vila Izabel, em Curitiba.

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A manifestação inclui uma paralisação de serviços na Polícia Civil. Segundo o presidente da Associação dos Delegados do Paraná (Adepol-PR), Ricardo Noronha, apenas casos de flagrantes ou de urgência são atendidos.

O Sindicato dos Investigadores do Paraná (Sipol) informou que a adesão ao movimento é de 100%, ou seja, ocorre em todas as delegacias do estado. O atendimento só deve ser normalizado a partir das 20 horas desta quarta. No entanto, a Polícia Civil disse que a paralisação não afeta os serviços prestados porque equipes trabalham em esquema de plantão para realizar os atendimentos.

Delegados de diversas regiões do Paraná participam do protesto. No ato na DFRV, o delegado, que foi afastado na terça-feira (20) do cargo de chefe da Divisão de Crimes contra o Patrimônio (DCCP), recebe apoio de colegas, que posam para fotos e tiram “selfies” com ele.

O protesto, que terminou perto das 11 horas, fechou a rua Tamoios, na quadra onde ficam a delegacia e a Escola Superior de Polícia Civil, entre as ruas Professora Doracy Cezzarino e Vital Brasil.

O caso

Recalcatti e mais oito pessoas - sendo sete delas policiais - são investigados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), braço do Ministério Público (MP), pela suspeita de terem executado Ricardo Geffer, suspeito de ter matado o ex-prefeito de Rio Branco do Sul, João Dirceu Nazzari – primo do delegado.

O ex-chefe da DCCP chegou a ser preso, mas foi solto na tarde da última segunda-feira (19). Já os outros oito suspeitos no caso - sete deles policiais - permanecem presos.

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Hino nacional, discurso e choro no carro de som

Do alto de um carro de som, o delegado discursou para os presentes ao protesto na DFRV. “[Este ato] é um marco na história do Paraná para nós policiais”, disse ele.

O delegado ainda ressaltou que o Ministério Público sabia da investigação que ele e sua equipe realizaram em Rio Branco do Sul para apurar as circunstâncias da morte de seu primo. O delegado ainda disse que o fato de ele ter assumido as investigações em um município da região metropolitana, mesmo sendo lotado na capital, “não é ilegal”.

“O Gaeco foi comunicado. Eu não podia deixar de ir e buscar a Justiça e identificar os criminosos. Acontece que eu era o comandante das ações. Eu teria que ser sacrificado, e não meus comandados”, falou, em referência ao policiais que seguem presos por causa da investigação.

O ex-delegado-chefe da Polícia Civil José Maria Correia, classificou a prisão de Recalcatti e dos outros oito suspeitos como “midiática” e disse que o ato desta quarta-feira foi não apenas em defesa às ações polícia, mas em defesa a toda sociedade.

“Não vamos parar nossas mobilizações enquanto todos estiverem soltos, todos forem absolvidos e tiverem seus casos arquivados”, disse.

Após o discurso, Recalcatti e os demais participaram do ato ouviram o hino nacional. O delegado investigado chorou e recebeu mais apoio dos presentes.

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