Entenda o processo
A beatificação é parte do processo de canonização que pode resultar no reconhecimento de um novo santo da Igreja Católica. Confira o passo a passo:
Escolha
- A pedido dos fiéis ou por iniciativa própria, o bispo investiga a vida da pessoa a ser beatificada. Ele analisa suas virtudes e os milagres atribuídos.
Dados
- São recolhidas informações como escritos que tenham sido publicados: eles não podem ter nada contra a fé e os bons costumes.
Comprovação
- Se faz o exame das eventuais virtudes (fé e caridade) e dos milagres (que devem ser de cura inexplicável).
Parecer final
- Depois tudo é enviado a Roma. Teólogos e historiadores de diversas nações analisam o caso e, reconhecida a virtude, o parecer final é comunicado ao Papa.
Reconhecimento
- Comprovado o milagre, é expedido um decreto pelo Papa, a partir do qual é marcada a cerimônia de beatificação.
A Congregação das Causas dos Santos do Vaticano reconheceu, por meio de voto favorável e unânime do colégio de cardeais e bispos, a autenticidade de um milagre atribuído à Irmã Dulce. Esta é a última etapa do processo de beatificação da religiosa. O anúncio foi feito na manhã de ontem pelo arcebispo primaz do Brasil, dom Geraldo Majella Agnelo, em coletiva na sede das Obras Sociais Irmã Dulce, em Salvador. De acordo com o cardeal, o Papa Bento XVI assina o decreto oficializando a concessão do título de beata ou bem-aventurada à freira baiana antes do Natal.
Com o reconhecimento final do Papa, Irmã Dulce passará a se chamar "Bem-aventurada Dulce dos Pobres". Após o decreto papal, se houver comprovação de um segundo milagre, a freira pode ser canonizada ou seja, tornar-se santa. A cerimônia de beatificação do Anjo Bom do Brasil está programada para o primeiro semestre de 2011, no Parque de Exposições da capital baiana.
O milagre validado pelo Vaticano passou por três etapas de avaliação: uma reunião com peritos médicos (que deram o aval científico), com teólogos, e, finalmente, a aprovação final do colégio cardinalício, tendo sua autenticidade reconhecida de forma unânime em todos os estágios. Uma graça só é considerada milagre após atender a quatro pontos básicos: a instantaneidade, que assegura que a graça foi alcançada logo após o apelo; a perfeição, que garante o atendimento completo do pedido; a durabilidade e permanência do benefício e seu caráter preternatural (não explicado pela ciência).
Segundo o médico Sandro Barral, um dos peritos que participou do processo de análise do milagre, a graça validada ocorreu em 2001, em uma cidade do interior do Nordeste. "Foi um caso de pós-parto, no qual a paciente apresentava um quadro de forte hemorragia não controlável. Em um período de 18 horas, por exemplo, ela chegou a passar por três cirurgias, mas o sangramento não cessava. Contudo, sem nenhuma intervenção médica, a hemorragia subitamente parou e a paciente passou a ter uma impressionante recuperação."
Conforme relatos da época, o fim do sangramento ocorreu no mesmo instante em que um grupo de orações pedia a intercessão de Irmã Dulce em favor da parturiente. "A corrente de orações foi proposta por um sacerdote, contemporâneo de Irmã Dulce, que chegou, inclusive, a enviar para a família um pedaço de tecido do hábito que pertenceu à religiosa", comenta o assessor de Memória e Cultura das Obras, Osvaldo Gouveia.
Ainda segundo dados do processo, ao ser chamado à casa da parturiente, o médico que a atendia achou na ocasião que estava indo assinar seu atestado de óbito, em virtude da gravidade da situação, mas ao chegar ao local encontrou a mãe já recuperada do sangramento e com o bebê nos braços. A identidade da paciente e o local do milagre só poderão ser revelados um mês antes da cerimônia de beatificação de Irmã Dulce.
A causa de beatificação de Irmã Dulce foi iniciada em janeiro de 2000. Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, a Irmã Dulce, nasceu em 26 de maio de 1914, na cidade de Salvador.
Justiça suspende norma do CFM que proíbe uso de cloreto de potássio em aborto
Relatório americano expõe falta de transparência e escala da censura no Brasil
STF estabalece regras para cadastro sobre condenados por crimes sexuais contra crianças
Órgão do TSE criado para monitorar redes sociais deu suporte a decisões para derrubar perfis
Deixe sua opinião