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O estudante de 18 anos que teria sido agredido por seguranças do James Bar, em Curitiba, na madrugada do última domingo (6), passava por uma cirurgia para amputar a perna esquerda, no fim da manhã deste sábado (12), conforme informação do advogado da família, Edison Rangel Júnior, que conversou com a Gazeta do Povo por telefone. De acordo com Rangel, a junta médica da Clínica de Fraturas Novo Mundo, onde ele está internado, decidiu pelo procedimento para salvar a vida do rapaz.

"Infelizmente, foi necessário amputar para evitar um mal maior, que era o risco de ele perder a vida", disse o advogado. De acordo com informações repassadas pelos médicos aos pais do jovem, houve uma séria infecção, seguida de obstrução de artérias da perna. Os rins, então, passaram a trabalhar no limite da capacidade, para compensar o problema. Posteriormente, o estudante foi submetido à hemodiálise, que não funcionou. "Para evitar a falência dos rins, optaram pela amputação."

As investigações sobre o caso devem ser instaurado nesta segunda-feira. A polícia deverá analisar as imagens de câmeras de segurança cedidas pelo bar. Rangel, porém, afirma que as elas foram editadas, pois mostram o rapaz saindo do bar e, logo depois, sendo carregado para perto da porta do estabelecimento. "As imagens envolvendo a agressão, a confusão, não aparecem", diz.

O advogado da família diz ainda que os pais do rapaz não receberam nenhum contato dos proprietários do bar. "Não ligaram para oferecer ajuda nem um pedido de desculpas, uma palavra de solidariedade".

Em junho, o jovem, que é estudante de Economia, iniciaria um programa de trainee em um grande banco de Curitiba, após passar por um processo seletivo envolvendo milhares de candidatos, dos quais apenas 10 pessoas foram aprovadas. Agora, a família não sabe quando ele retomará a rotina. OAB acompanha o caso

Na tarde de sexta-feira (11), o advogado da família protocolou um pedido para que a seção paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) acompanhe o caso. A entidade se diz solidária. A vice-presidente da comissão de Direitos Humanos da OAB-PR, Isabel Kugler Mendes, afirma que a comissão iniciará os trabalhos.

A comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) também está acompanhando essa e outras denúncias envolvendo agressões por parte de seguranças de casas noturnas. Reportagem publicada pela Gazeta do Povo na última sexta-feira (11) mostra que nenhum estabelecimento deste tipo oferece serviços regularizados.

Outro lado

O advogado do James Bar, Edward Carvalho, não sabia da cirurgia para amputação da perna até o contato da reportagem, e lamentou o ocorrido. Carvalho, porém, diz que o jovem é o responsável pelo que houve. "Ele não pagou a comanda, cometeu um crime, saiu correndo, e o segurança cumpriu sua obrigação, ou seja, tentou impedi-lo, indo atrás. Os dois caíram e, infelizmente, ele sofreu esse acidente", disse.

Carvalho nega que as imagens apresentadas pelo bar à polícia tenham sido editadas. "Não é mostrada a agressão simplesmente porque ela não ocorreu. Entregamos à polícia toda e qualquer imagem onde ele apareça".

Sobre a reclamação da família de que o bar não ofereceu ajuda nem prestou solidariedade, o advogado afirma que isso será feito posteriormente, através de "canais apropriados", ou seja, por meio dos advogados.

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