Discriminação: 53% já foram alvo de homofobia
Pelo menos a metade do público homossexual masculino com mais de 18 anos já foi vítima de homofobia, mostra a pesquisa divulgada ontem pelo Ministério da Saúde. Desse total, 53,5% relataram que já foram discriminados, xingados, humilhados ou agredidos por causa da orientação sexual. Outro dado aponta que ao menos 14% foram forçados a ter relações sexuais contra a sua vontade. O estudo, contudo, não investigou o contexto e as condições em que a violência sexual ocorreu. Os ambientes em que há mais discriminação, conforme os gays, são o trabalho (51,3%), a escola (28,1%) e a igreja ou outro local de culto religioso (13%).
Brasília - Em relações com parceiro fixo, os meninos que fazem sexo homossexual estão se protegendo menos do que os jovens heterossexuais. A informação está em uma pesquisa divulgada ontem pelo Ministério da Saúde. O levantamento ouviu 316 homens, em dez cidades brasileiras, no ano passado.
Entre os jovens que fazem sexo homossexual, 29,3% disseram ter utilizado preservativo nas relações com parceiros fixos no ano anterior à pesquisa. Entre os jovens heterossexuais, o porcentual fica em 34,6%. Os dois grupos, no entanto, se aproximam quando é analisada a proteção nas relações casuais.
A pesquisa usa o termo HSH (homens que fazem sexo com homens), que abrange os gays e inclui os que fazem sexo homossexual, mas não se colocam nessa categoria. Os jovens gays estão entre as maiores preocupações do governo em relação à aids. Entre os meninos de 13 a 19 anos, 33,5% dos casos de HIV são transmitidos por sexo homossexual e 28,3% por sexo heterossexual. Segundo a pesquisa, 1 em cada 10 homens que fazem sexo homossexual tem o vírus HIV.
O porcentual dos soropositivos é semelhante ao verificado nos Estados Unidos, em que 9% dos homens que fazem sexo com outros homens são portadores do vírus HIV. Não há um número equivalente para se comparar com a população heterossexual, mas sabe-se que, considerando-se a faixa etária de 15 a 49 anos, em todo o país, o porcentual de homens com o vírus é de 0,8%.
Embora considere o dado preocupante, a diretora do Departamento de Aids do Ministério da Saúde, Mariângela Simão, foi enfática ao afirmar que ele não traz de volta a ideia de que os gays são grupos de risco. Ela lembrou ainda que os casos de HIV entre heterossexuais cresceram nos últimos anos.
Para Pedro Chequer, coordenador no Brasil do Unaids (órgão da Organização das Nações Unidades para a Aids), é preciso mais estudos para explicar os dados revelados pela pesquisa do Ministério do Saúde, mas ele avalia que, com a melhoria da qualidade de vida dos soropositivos, há um relaxamento natural por parte dos jovens durante as relações sexuais.
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