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Operação Quadro Negro foi deflagrada na terça-feira (21) | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Operação Quadro Negro foi deflagrada na terça-feira (21)| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

A Justiça atendeu pedido do delegado Renato Figueroa, do Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), da Polícia Civil, e prorrogou por mais cinco dias a prisão temporária de Maurício Fanini, ex-diretor da Secretaria de Estado da Educação (Seed), e de Eduardo Lopes de Souza, que seria o verdadeiro dono da empresa Valor Construtora e Serviços Ambientais, investigada por ter supostamente se beneficiado de fraudes nos contratos de construção de escolas no Paraná.

Em depoimento ao Nurce, Vanessa Domingues de Oliveira, uma das presas na Operação Quadro Negro, afirmou que Fanini recebia dinheiro para dar agilidade a pagamentos para a Valor. As faturas eram pagas dentro de contratos de construção e reforma de escolas, firmados entre a empresa de Curitiba e a Seed entre 2011 e 2014, período no qual Fanini era diretor de Engenharia, Projetos e Orçamentos da pasta. A grande maioria dos pagamentos, conforme a investigação, era referente a serviços não executados.

A advogada Alexssandra Saldanha Cabral, que defende Tatiane e Vanessa, confirmou que suas clientes falaram sobre o esquema à Polícia Civil. Em entrevista à reportagem nesta sexta-feira (24), Alexssandra disse que tanto Tatiane quanto Vanessa eram laranjas de Eduardo e que nenhuma delas “recebeu absolutamente nada, dinheiro nenhum do esquema”. “Elas aceitaram entrar como sócias da empresa por ingenuidade. Elas acreditavam que estavam sendo reconhecidas profissionalmente. E quem propôs a entrada delas na empresa foi o Eduardo”, afirmou a advogada.

Ainda segundo ela, as duas “desconfiavam sim do esquema e pensavam em denunciar, mas, por medo de perder o emprego, por problemas financeiros, não denunciaram”. Segundo Alexssandra, Vanessa era auxiliar da parte administrativa da empresa e Tatiane era assistente de compras de material de construção. Ela não soube informar quando as duas foram contratadas pela empresa. “Elas pagam aluguel, andam de ônibus, levam marmita para o trabalho. Acredito totalmente na inocência delas”, reforçou a advogada.

As cinco prisões temporárias se encerram na tarde deste sábado (25), mas o delegado do Nurce já pediu à Justiça Estadual a prorrogação das prisões de Eduardo e Fanini. Para o delegado Renato Figueroa, a prorrogação da prisão é necessária para o andamento da investigação. “Entendemos que diligências devam ser feitas com ambos presos para que não haja qualquer tipo de interferência ou coação aos demais envolvidos, em razão da ascensão funcional que existia entre eles”, afirmou ele, através da assessoria de imprensa da Polícia Civil.

Outro lado

A reportagem ligou para o celular do advogado Claudio Dalledone Junior, que defende Eduardo e Viviane, mas ele não atendeu. Também não houve retorno a recado deixado pela reportagem em seu escritório. A reportagem também deixou recado no escritório do advogado de Fanini, Gustavo Scadelari, mas não houve retorno. Em entrevistas anteriores à reportagem, os advogados negaram a participação de seus clientes em qualquer irregularidade.

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