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Londrina tem cerca de dez estacionamentos para bikes, mas é preciso dobrar a quantidade | Roberto Custódio/Jornal de Londrina
Londrina tem cerca de dez estacionamentos para bikes, mas é preciso dobrar a quantidade| Foto: Roberto Custódio/Jornal de Londrina

Promessa

Novas ciclovias ainda seguem no papel

A criação de mais ciclovias em Londrina está atrelada a projetos que ainda não saíram do papel. De acordo com o diretor de Trânsito do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul), João Ulisses Lopes, serão 100 quilômetros ciclovias, mas só 17 quilômetros estão prontos. "Temos ciclovias na região do Lago Igapó e na região Norte. A revitalização da Avenida Saul Elkind também conta com um projeto de 6 quilômetros", diz Lopes.

Lopes sustenta que uma mudança neste cenário depende de questões orçamentárias, mas que a Prefeitura conta com apoio do setor privado para ampliar a rede. Em Londrina, o chamado Estudo de Impacto da Vizinhança (EIV) exige que as empresas construam trechos de ciclovias como condição para construção dos empreendimentos. Além de ciclovias, também podem fazer parte dos termos de compromisso a execução de sinalização de trânsito no entorno da área utilizada e pavimentação, por exemplo.

Londrina, no Norte do estado, caminha para se tornar uma das capitais brasileiras da bicicleta, pelo menos no papel. Uma lei aprovada e sancionada neste ano, tornou obrigatória a criação de vagas para estacionar bicicletas em locais de grande circulação de pessoas, entre eles, órgãos públicos, parques, shoppings, supermercados, instituições de ensino, agências bancárias, aeroporto, instalações desportivas, terminal rodoviário e o calçadão de Londrina.

Autor da lei, o vereador Douglas Pereira, o Tio Douglas (PTB), diz que a criação de bicicletários era uma reivindicação antiga dos ciclistas na cidade. "Como as pessoas vão aderir à bicicleta se não encontram um local para deixá-la", questiona. Segundo ele, Londrina tem cerca de dez estacionamentos para bikes, mas é preciso dobrar a quantidade.

Pela lei, poderão ser instalados dois modelos de estacionamento, ambos de acordo com o tempo de permanência das bicicletas. Os paraciclos, de uso público e sem controle de acesso, podem ser usados quando o tempo de permanência não for longo. Já os bicicletários, que podem ser públicos ou privados e têm controle de acesso, podem ser usados para guardar as bicicletas, sem prazo de permanência.

De acordo com o vereador Douglas Pereira, a Câmara ainda vai discutir um prazo para que os estabelecimentos se adaptem a nova regra. No entanto, minimiza críticas sobre os custos. "A implantação dos bicicletários não deve ser muito cara. O que se investe em uma academia ao ar livre, por exemplo, é o mesmo para fazer dez bicicletários", diz.

Exemplos

Quem usa a bicicleta para trabalho ou lazer comemora, mas lembra que também é preciso investir mais em faixas para ciclistas. Adepto da bike há 14 anos, o vendedor José Carlos Ferreira, 60, já perdeu sete bicicletas por falta de local seguro para guardá-las. "É arriscado, já me roubaram muito. O bicicletário pode incentivar o uso, mas não adianta se não tivermos ciclovias. O trânsito está perigoso demais", pondera.

Em Londrina, o Shopping Boulevard é um dos poucos espaços onde são oferecidos bicicletários. Os ciclistas contam com 73 vagas cobertas. Também há vestiário para os frequentadores.

Recentemente, duas estruturas com paraciclos foram montadas no Calçadão de Londrina para o estacionamento de bicicletas. Como é proibido circular com as magrelas pela área, os ciclistas precisam ir andando até chegar ao Calçadão. As instalações, segundo o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul), foram feitas por uma instituição privada de ensino, como compensação para impactos causados ao trânsito e ao meio ambiente após a abertura de novo empreendimento.

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