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Operação da Policia Militar em Londrina | Roberto Custodio/Gazeta do Povo/Arquivo
Operação da Policia Militar em Londrina| Foto: Roberto Custodio/Gazeta do Povo/Arquivo

Mais de duas semanas se passaram desde que Londrina e a Região Metropolitana viveram uma das noites mais violentas de sua história, com 12 mortos (incluindo um policial militar) e pelo menos outros 14 feridos por armas de fogo. Mesmo após a implantação de uma força-tarefa pela Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp), ainda não foi divulgada a prisão de nenhum envolvido nos ataques realizados entre a noite do último dia 29 e a madrugada do dia 30.

A motivação dos crimes também continua sendo um mistério, já que as investigações coordenadas pela Polícia Civil seguem em sigilo. O trabalho está sendo acompanhado pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), que solicitou laudos e perícias ao Instituto de Criminalística e ao Instituto Médico Legal (IML). Se houver algum indício de execução ou abuso policial, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) pode abrir uma investigação independente.

Onda de assassinatos

A onda de assassinatos na região de Londrina começou na noite do dia 29 de janeiro, após a morte do policial militar Cristiano Luiz Bottino, de 33 anos, que foi baleado no Conjunto Milton Gavetti, na zona norte da cidade. Depois deste crime, uma série de ataques foi registrada em vários bairros de Londrina e algumas cidades da região metropolitana.

Foram confirmadas as mortes de onze civis, sendo que cinco deles tinham antecedentes criminais. Entre estas vítimas, está um jovem de 22 anos que morava em Ibiporã. Segundo a polícia, ele foi morto em confronto com a PM, quando estaria voltando de um assalto em Sertanópolis.

As motivações e as circunstâncias das outras mortes continuam sendo analisadas. Testemunhas que presenciaram as ocorrências e parentes das vítimas foram chamados para prestar depoimento para a Polícia Civil e para a Corregedoria da Polícia Militar.

Havia a expectativa de que a Sesp liberasse um balanço parcial da operação ainda na semana passada, mas a divulgação foi adiada. A assessoria da pasta informou que novos dados sobre os casos de Londrina devem ser divulgados nesta quarta-feira (17), durante uma coletiva de imprensa em Curitiba, que vai tratar dos homicídios no Paraná.

PM nega fim da força-tarefa

Em Londrina, alguns veículos de comunicação divulgaram que a força-tarefa havia sido desativada, o que foi negado pelo porta-voz da PM, capitão Marcos Tordoro . No entanto, ele confirmou que o efetivo extra formado por 80 policiais militares já deixou a cidade no último fim de semana. “A operação continua com nosso efetivo. Londrina voltou à normalidade”, assegurou.

Convocados de outras regiões do estado após a onda de homicídios, o efetivo extra reforçou o patrulhamento e realizou ações pontuais e estratégicas, como barreiras e abordagens para cumprir mandados de prisão em aberto, além de busca e apreensão de armas de fogo, drogas e veículos irregulares.

Dois delegados ligados ao Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e ao Tático Integrado de Repressão Especial (Grupo Tigre) também estão na cidade para auxiliar nas investigações. Além do reforço de policiais, o Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), em Curitiba, fez o monitoramento de 80 câmeras de segurança em Londrina, além de acompanhar os cerca de 150 presos que utilizam as tornozeleiras eletrônicas na cidade.

Violência

Mas todo esse aparato não foi capaz de evitar novos crimes violentos na região. No dia 2 de fevereiro, um homem, de 44 anos, foi morto durante um assalto em uma padaria na zona leste de Londrina. De acordo com a PM, o autor do latrocínio – que já foi preso - era detento do regime semiaberto e usava uma tornozeleira eletrônica.

Já na madrugada do dia 6, em Jaguapitã, uma quadrilha explodiu caixas eletrônicos e atacou o pelotão da Polícia Militar, que fica próximo da agência bancária. No dia 9, em Sabáudia, cerca de dez homens encapuzados invadiram um parque aquático, renderam os moradores e assassinaram João Molinari, de 50 anos, que era um dos donos da propriedade. Alguns acusados de envolvimento no crime estão detidos.

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